O país moderno

27 de janeiro de 2013

O país moderno

Nas linhas do jornal estão escritas, em árabe, as notícias de Marrocos. Talvez no dia em que visitámos a aldeia berbere, este habitante do Vale de Ourika estivesse a ler o que se dizia sobre a modernidade que o Rei Mohammed VI tem vindo a imprimir à sociedade.

Na viragem do milénio, Mohammed VI comprometeu-se com um conjunto de transformações – da política à economia passando pela sociedade e pela cultura – para que fosse possível construir um país moderno, solidário e aberto ao mundo.

As reformas económicas introduzidas na última década, a maior abertura ao exterior, o investimento nas infraestruturas e num conjunto de sectores considerados estratégicos para o desenvolvimento do país como um todo (o financeiro, de serviços e de indústria) ajudaram a mudar a face económica de Marrocos e a marcar a evolução, que se sente particularmente nas grandes cidades.

Em Rabat, cidade verde que é também a capital do reino, os ventos de mudança fazem claramente sentir-se nas modernas avenidas, nos edifícios novos onde se instalaram algumas das maiores empresas e multinacionais, no ritmo do setor da construção, na rede de transportes que hoje liga a cidade. Rabat é uma cidade jovem e virada para o conhecimento.

Apesar da evolução, Marrocos continua ainda dependente do setor agrícola que representa 16 a 17% do produto Interno Bruto e emprega 40% dos trabalhadores.  O maior problema continua a ser “o fraco desempenho decorrente das condições climatéricas que facilmente provocam efeitos nefastos, em particular ao nível do consumo privado”, lê-se na ficha de Mercado do país, editada pelo AICEP Portugal.

O documento do AICEP salienta ainda que a expansão do Porto de Tanger irá permitir uma significativa evolução na área da logística.

Indústria e Turismo têm feito a diferença

O Turismo representa 7% do PIB e é a primeira fonte de receita das relações com o exterior. Considerado sector estratégico, é uma das áreas em que as autoridades governamentais têm vindo a apostar. O plano “Visão 2020”, que reúne o sector público e privado, quer mudar a estratégia do sector.

O plano de ação assenta em 3 eixos: a visão territorial (destino de diversidades de experiências), a sustentabilidade e respeito pela cultura; e o desejo de chegar a 2020 com 20 milhões de turistas por ano. Entre janeiro e outubro de 2012 foram contabilizados mais de 8 milhões de turistas.

Para atingir esta meta o Governo e os privados estão a trabalhar no equilíbrio da oferta, em particular na área cultural, no aumento do número de camas e de profissionais de qualidade e em experiências num turismo de emoções ligadas ao posicionamento da marca Marrocos: a autenticidade. (veja aqui a entrevista a Jamal KilitoDiretor Mercados Internacionais – Turismo de Marrocos e a entrevista de Mohammed Amine SBIHIMinistro da Cultura Marrocos)

Também a indústria tem vindo a aumentar a sua importância no crescimento económico. Hoje participa com 29% para o PIB e emprega 13% da população. O destaque vai para a indústria transformadora, em particular dos produtos agroalimentares, da indústria têxtil e do couro, e produtos químicos.

Mas, uma das maiores riquezas provém do subsolo. Marrocos é hoje o maior exportador mundial de fosfatos e derivados.

É, porém nos serviços que reside a maior fatia do PIB: 52%. O turismo, os transportes e comunicações, os serviços de intermediação financeira e a construção e obras públicas  assumem o principal destaque.

A estratégia de diversificação da realidade económica e de promoção de indústrias de maior valor acrescentado, faz com que as previsões do Economist Intelligence Unit apontem para uma taxa de crescimento do PIB da ordem de 4,4% (média anual) entre 2012-2016. Ainda assim a crise económica mundial, em particular a Europeia que pode afetar as exportações do país, invariavelmente tocará Marrocos…

Estes números permitem que o país acene ao investimento externo. De acordo com o AICEP, Marrocos recebeu, entre 2006 e 2010, mais de 8 mil milhões de euros em investimento direto estrangeiro, em áreas como telecomunicações, imobiliário, indústria e turismo.

Adil Chikhi, Diretor de Marketing estratégico da Agência de Desenvolvimento e Investimento de Marrocos explicou ao Imagens de Marca o que mudou e porque o país é um mercado a considerar pelas empresas internacionais, incluindo as portuguesas (Veja aqui a entrevista na íntegra).

Com mais de 30 milhões de habitantes, Marrocos não deve ser visto só como um mercado enquanto país, mas como uma plataforma entre a Europa, África, Médio Oriente e Estados Unidos da América, refere o responsável.

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Cristina Amaro, com Vanda Jorge

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