Teve lugar ontem no Grande Auditório do ISCTE-IUL, em Lisboa, a Conferência Marketing Trends, co-organizada pelo Diário Económico e Marketing FutureCast Lab.
Debater as tendências internacionais do Marketing, com o objetivo de antecipar cenários e mudar o “main set” das empresas para melhor responderem à crise foi o foco desta conferência.
O seu início foi dedicado à apresentação da missão e âmbito da atividade do projeto Marketing FutureCast Lab. “É um projeto que já tem 5 anos e que resulta de uma parceria entre a universidade e um conjunto de grandes empresas. Analisar alterações, prever tendências e propor respostas é o objetivo do projeto, ou seja, tem uma perspetiva de investigação aplicada”, esclareceu Vicente Rodrigues, Membro do Conselho Científico do Marketing FutureCast Lab.
Antes do primeiro painel, Hélia Pereira e Carmo Leal, investigadoras do Marketing FutureCast Lab, procederam a uma análise minuciosa do novo consumidor. Para Hélia Pereira “estamos perante um novo consumidor que não se acomoda, que consome diferente, assume comportamentos pouco convencionais, escrutina as marcas, é exigente e não tolera um mau serviço e não vive sem tecnologia”.
A relevância do Marketing FutureCast Lab para estas empresas, a importância das parcerias entre empresas e a tecnologia como ferramenta de múltiplos contactos com o cliente foram os temas de debate do primeiro painel.
Segundo Fernando Amaro, Diretor de Marketing do Montepio, “a banca sempre olhou para a tecnologia como eficiência, depois como eficácia, agora olha para a tecnologia como gestão de relação”.
Já Miguel Bento, Diretor Comercial e Marketing do Benfica, realça a necessidade da existência de parcerias entre empresas de áreas de atividade diferentes. “As marcas querem muito chegar ao futebol porque querem estar perto do coração dos consumidores”, explicou Miguel Bento.
Na segunda palestra discutiram-se os desafios das empresas e a capacidade destas de responderem com produtos e serviços que sejam adaptados ao novo consumidor.
“O segredo da marca Nespresso é ser aspiracional. Andámos mais de 20 anos a perder dinheiro. O avanço tecnológico que permitiu garantir máquinas de luxo a preços acessíveis foi fundamental. Teria sido um desastre lançar a Nespresso naquela altura”, esclarece António Reffóios. Para Luís Avelar, Admnistrador da Portugal Telecom, “o novo consumidor é o frango assado que queremos comer. Temos de olhar para a tecnologia e vê-la como um modelo de negócio.”
Quem abordou as questões “Porquê gerir a partir de tendências?” e “Responder à crise com base em tendências” foi Luiz Moutinho, Mentor e Membro do Conselho Científico do Marketing FutureCast Lab e um dos mais conceituados catedráticos na área do Marketing.
Luiz Moutinho, que apresentou os seus pontos de vista sempre em constante interação com o público presente na conferência, destacou duas ideias chave: por um lado, as empresas devem criar valor relevante para os consumidores; por outro, é essencial criar-se valor para todos aqueles que estão inseridos na cadeia de valor das empresas.
No final da conferência ficou subjacente a ideia de que a vida é feita de pessoas e o Marketing é feito para pessoas.
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