Uma questão de auto-estima

16 de setembro de 2014

Uma questão de auto-estima

José Manuel Costa, presidente da GCI

Dentro de uma semana Lisboa recebe 5.000 especialistas mundiais em água. Os mais importantes gestores, inovadores, professores e decisores globais vão participar no Congresso Mundial da Água, que se realiza no Centro de Congressos de Lisboa.

Para recebeu este congresso, a candidatura portuguesa derrotou a suíça, turca, irlandesa e belga, já no longínquo ano de 2009! Este é considerado o mais importante congresso mundial sobre a água, por isso não é de estranhar a antecedência do seu planeamento. Mas o facto de ter sido Lisboa e não Genebra ou Istambul a receber o congresso deve encher-nos de um duplo orgulho: é a prova de que não só temos todas as infra-estruturas de apoio que se reconhecem à cidade – unidades hoteleiras, centro de congressos, transportes –, mas também temos know-how na gestão da água.

Dou o exemplo do Congresso Mundial da Água para tentar abordar um tema de que há muito não falo: a forma como os estrangeiros nos olham e a forma como nós próprios o fazemos. Deixando de lado o congresso – que ainda não se realizou –, a verdade é que acredito que Portugal e os portugueses têm mais méritos que defeitos – e foi isso que fez como que este e outras dezenas de eventos escolham todos os anos a capital portuguesa.

A economia ainda não está no sítio, o clima anda instável, mas a forma como trabalhamos o nosso marketing e comunicação e, sobretudo, a nossa eterna capacidade para nos reerguermos, inovarmos e sermos cada vez melhores – fazendo muitas vezes mais com menos – não se extinguiu.

É por isso que Lisboa e muitas outras localidades portuguesas continuam a encabeçar as listas das cidades mais bonitas e dinâmicas; ou, noutros paralelos, os portugueses são escolhidos para liderar bancos internacionais, grandes empresas e instituições; os nossos investigadores são reconhecidos e contratados; assim como os engenheiros, enfermeiros ou professores.

Isto tudo é contemporâneo, ironicamente, da nossa eterna baixa auto-estima. Por vezes fico a pensar no quão melhores poderíamos ser se tivéssemos uma estratégia de motivação colectiva que, enquadrada num projecto mais lato de desenvolvimento pessoal, nos poderia ajudar enquanto povo e sociedade a sermos cada vez melhores e mais orgulhosos das nossas raízes.

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