Rock in Rio – As Marcas e A Oportunidade Desperdiçada

2 de junho de 2014

Rock in Rio – As Marcas e A Oportunidade Desperdiçada

Rogério Canhoto, Professor Convidado dos Mestrados Executivos do ISCTE e da Universidade Católica

Nos últimos dias, todos nós tivemos oportunidade de participar no maior evento musical do ano, assistir às nossas bandas preferidas, ver momentos únicos como o que Mick e Bruce protagonizaram juntos no palco, naquela que é, de longe, uma das melhores oportunidades para as marcas criarem e reforçarem relações com os seus públicos-alvo.

No entanto, e colocando de lado o êxito inquestionável que este evento musical representa, verificamos que as marcas decepcionaram. E a decepção vem do facto de estas (marcas), não conseguirem compreender que quem participa neste evento não vai apenas pelo entretenimento.

Num mundo cada vez mais conectado, o participante procura também a partilha com os seus pares, quer seja de comentários, quer seja de imagens, ou mesmo de momentos únicos que se estão a passar; procura o inusitado, como a oportunidade única de se cruzar com uma estrela mundial a beber uma cerveja mesmo ao seu lado; procura a ligação com a sua rede de amigos e conhecidos, quando utiliza os meios digitais à sua disposição para os procurar no meio de um recinto imenso.

Todos estes momentos, constituem pontos de contacto relevantes para as marcas explorarem e desenvolverem a sua proposta de valor… mas o que encontrámos foi a mesma abordagem de sempre, a lógica da comunicação tradicional e da publicidade intrusiva, de alguns momentos de activação de marca que pouco activaram na mente dos consumidores, e que corporizam a abordagem “Business as Usual”.

Com este pano de fundo, lamento que não exista um pouco mais de criatividade nas marcas, aliada a um DNA interno mais digital, que lhes permita compreender que o evento musical que se viveu nestes dias, se desmultiplica a cada minuto que passa em milhões de activações digitais, protagonizadas pelos próprios participantes, seja através de selfies múltiplas, ou em comentários sobre a grandiosidade do momento, ou mesmo em upload de vídeos do artista a actuar, as quais podem ser dinamizadas pelas próprias marcas, em acções altamente vinculativas.

Não compreender isto, é desperdiçar uma oportunidade única de ocupar novos territórios na mente dos consumidores, é perder o timing de tomar a dianteira e de conseguir diferenciar, face a uma concorrência enfadonha, e que não tem a coragem de arriscar em momentos como este.

Mas, para tal, é preciso que os brand managers dominem temas críticos para o sucesso das marcas nos próximos tempos. É preciso que se prepararem para acções de Real Time Marketing, ou para o desenvolvimento de dinâmicas de Social Media Engagement, ou até mesmo para implementar Cross Media Viral Activations.

O tema é relevante, em especial quando os orçamentos que as marcas disponibilizam têm de ser investidos da forma mais eficaz possível, e as competências existentes nestas áreas são reduzidas. Esperemos que o “desperdício” tenda a diminuir, e que na próxima oportunidade encontremos mais e melhores acções de Digital Engagement.

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Comentários (11)

  1. O artigo do prof. Canhoto peca por generalizar a crítica. Algumas marcas, entre as quais é justo destacar a HEINEKEN, tiveram uma excelente presença!

    por: Manuel Batista,
  2. Em portugal faz-se mau marketing, e acima de tudo marketing seguro. Não se arrisca, povo fraco sem ambição o resultado não podia ser outro…

    por: T.Jones (@scoutzknight),
  3. Uma crítica ao que foi feito (e que não digo que tenha sido bom) mas que não tem uma sugestão. A não ser uma mão cheia de buzzwords giras para enganar cliente mas que no fim são tão vazias como as acções que critica.

    por: Hugo Alves,
  4. LOL. Eu tinha vergonha de escrever este artigo. Claramente não pôs la os pes um unico dia! Em 80% ou mais das marcas que la estavam nao havia uma unica que nao.estivesse a pensar digital. Business as usual é o artigo que escreveu. Boring!

    por: Miguel veleda,
  5. Esta critíca vale o que vale… adoro os estrangeirismos, gosto de o imaginar a dizer aquilo com uma voz de “tia” com um inglês tipo zézé camarinha! genial x)

    por: nuno,
  6. “Nos últimos dias, todos nós tivemos oportunidade de participar no maior evento musical do ano(…)”. Que grande “brand placement” NOS – é já agora: como é que se traduz mesmo “brand placement”???

    por: Luís Soares,
  7. A opinião de quem não está por dentro do assunto de nada vale.
    Saberá o caro professor que a organização restringiu a comunicação online e as acções no digital a várias marcas? Saberá também que só marcas como a vodafone,a CGD, o Continente e a EDP é que tiveram autoriazção porque pagaram bem por isso? Ideias não faltam, só faltam milhoes de euros que foi o que o RiR recebeu desses patrocinadores.

    por: maria,
  8. Isto só mostra que, infelizmente universidades TOP como a Católica continuam a ter professores teóricos, sem experiência real de mercado e que só dizem BULLSH****!

    por: RP,
  9. “Isto só mostra que, infelizmente universidades TOP como a Católica continuam a ter professores teóricos, sem experiência real de mercado e que só dizem BULLSH****!”

    Subscrevo.

    por: Miguel L,
  10. O que se entende por DNA?

    por: Daniel,
  11. O Professor foi mesmo ao RiR e visitou as activações? Parece-me que não… Dou-lhe o exemplo que conheço melhor da CGD que estava este ano presente com muita força no festival:
    - Vi uns mupis digitais em que podiamos tirar fotos e partilhar no nosso perfil usando pulseiras RFID
    - Vi inclusive uma experiencia da CGD na rockstreet em que era partilhado um video nas redes sociais das pessoas a cantarem num palco simulado
    - vi toda a cobertura que foi feita no evento pelas marcas patrocinadoras, usando meios como youtube, twitter, instagram, facebook…
    Acho que é injusto generalizar e acho que este artigo foi escrito com base em ideias pre concebidas. Se o professor tivesse de facto investido umas horas a visitar todas as activações não poderia ter escrito certas coisas que aqui afirma.

    por: Joao Almeida,

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