Sou conhecido por ser um eterno insatisfeito e um fervoroso adepto da multidisciplinaridade, intercâmbio de ideias e da resolução de problemas através de novas abordagens, feitas por pessoas com diferentes backgrounds, formações ou experiências.
Foi com algum agrado, por isso, que li o artigo de Luke Johnson (edição de 5 de Dezembro) no Financial Times, sobre a necessidade que as empresas têm de promover os jovens.
Explica Johnson, na sua excelente coluna sobre empreendedorismo, que as organizações dominadas unicamente por pessoas mais velhas não funcionam. Johnson não dá exemplo – mas há-os –, mas explica que todas as empresas de todas as indústrias devem envolver a geração que está nos seus 20 ou início dos 30 em questões de topo.
Concordo e digo mais – esta é uma necessidade que implica a própria sobrevivência do negócio. Em Portugal, por exemplo, não faltam mentes brilhantes sub-30, muitas delas empreendedoras, como vejo todos os dias nas empresas que fazem parte da Start-up Lisboa.
Johnson, porém, analisa a questão através de um outro ângulo. Se hoje o poder económico estão nas mãos dos maiores de 50 e, só na Europa, um quarto dos jovens estão desempregados, então há toda uma franja de talento desaproveitada lá fora – e corremos o risco de acendermos – ou reacendermos – um conflito intergeracional.
As empresas e os negócios são talento, alimentam-se de ideias e de toda a estrutura que o ajuda a florescer e desenvolver. Hoje, os negócios reinventam-se a uma velocidade tal que os gestores cinquentões já não podem decidir isoladamente.
Os jovens percebem melhor a tecnologia, são mais optimistas, têm mais energia, são flexíveis e representam uma destruição e disrupção criativa.
Temos de passar mais tempo com jovens que, nos seus 20, têm uma experiência e à-vontade profissional muito completa, são criativos e olham para os problemas de uma forma diferente.
Na verdade, eles são o futuro do negócio e da evolução global. Estão melhor preparados do que a actual geração de criadores e gestores alguma vez esteve, são focados e, como diz Johnson, flexíveis.
E estão ligados à realidade e aos verdadeiros problemas dos cidadãos, algo que, por vezes, falta a uma parte importante dos decisores.
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