Os grandes mercados também cometem erros

7 de janeiro de 2013

Os grandes mercados também cometem erros

José Manuel Costa, presidente da GCI

Há quatro anos, num esforço para aumentar a diversidade na indústria das Public Relations e comunicação no Reino Unido, alguns profissionais uniram-se para lançar a rede Ignite PR.

Tendo como cabeça de cartaz Bieneosa Ebite, a talentosa fundadora da BrightStar PR, a Ignite fez lobbying junto de organizações ligadas à indústria de PR, como CIPR e PRCA, e lançou projectos específicos.

Um deles, o Manifesto pela Mudança, é um guia prático que ajuda a construir uma equipa de colaboradores mais diversa e inclusiva no sector das PR. Ao longo destes quatro anos, a Ignite trabalhou com várias consultoras de topo, entre elas a Edelman, tendo contribuído para uma mudança de mentalidades efectiva no mercado britânico.

A Ignite chegou ao fim esta sexta-feira, por falta de tempo dos seus voluntários. “Somos uma organização voluntária que se apoia no tempo dos seus voluntários. Queríamos acabar no topo, com a certeza que já conseguimos muito”, explicou Ebite.

Com este encerramento precoce, Ebite e os seus parceiros quiseram garantir que a Ignite não se tornaria numa dessas organizações voluntárias mas moribundas, sem actividade e subjugadas pela cada vez maior quantidade de tempo que um profissional tem dedicar à sua empresa-mãe.

Não tem de ser assim – e é pena que a Ignite acabe, por maior contributo pro bono que tenha dado à indústria. Este encerramento revela, mais que não seja, que os grandes mercados também cometem erros. Este é um deles.

Numa altura de crise, é natural que as empresas se centrem no seu core e releguem para segundo plano projectos secundários, expectativas nem sempre consideradas prioritárias. Mas este é outro erro.

Nos últimos anos pude acompanhar de perto a liderança da Edelman – também – no campo da diversidade, e não tenho dúvida em considerar que esta foi determinante para a posição cimeira global da consultora na qual a GCI é afiliada.

Esta mesma diversidade é encorajada pela GCI, não apenas do ponto de vista cultural mas também de experiências e formações profissionais.

O talento está intimamente ligado à diversidade. Por isso procurámos, a partir de 2010, talentos em áreas como o ambiente, a gestão, medicina, arquitectura ou marketing. Esta é uma parte importante do nosso Public Engagement e dela não irei abdicar.

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