Como as redes sociais reagiram à tragédia de Paris

17 de novembro de 2015

Como as redes sociais reagiram à tragédia de Paris

José Manuel Costa, presidente da GCI

Quantos de vós souberam o que se passava em Paris, na sexta-feira à noite, pelas redes sociais? E quantos acompanharam as informações da tragédia, ao minuto, no Twitter e Facebook?

Já sabíamos da importância das redes sociais para acompanhar a actualidade mediática e informativa, incluindo em situações dramáticas como a parisiense – já o tinha sido assim no ataque ao Charlie Hebdo, por exemplo –, mas a noite de sexta-feira ficou marcada – também – pela utilização das redes sociais como principal ferramenta de comunicação das autoridades e líderes políticos. E para acções de solidariedade da população.

Através da hashtags #ParisAttack, como lembra o PR Week, a polícia francesa colocou-se à disposição dos familiares e amigos de possíveis cidadãos desaparecidos. Outros tweets importantes pertenceram à ministra da justiça francesa, Christiane Taubira, ao presidente François Holland – que reagiu também na televisão – e líderes internacionais como David Cameron, primeiro-ministro britânico ou Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América.

Três outras acções marcaram a noite. A hashtag #PorteOuverte – “porta aberta”, em português – oferecia aos parisienses e turistas que estivessem longe das suas casas uma acomodação para passar a noite. No Facebook, o Safety Check permitia-nos perceber se os nossos amigos estavam seguros. Uma outra iniciativa, esta offline, levou todos os taxistas a oferecer o seu serviço gratuitamente a quem vagueasse pelas ruas da cidade.

Mas foi uma sexta-feira comunicacionalmente confusa –  também – devido às redes sociais. A quantidade de informações não confirmadas ou rumores foi grande, levando a conclusões precipitadas ou discursos mais radicais. A polícia francesa chegou mesmo a pedir à população, num tweet muito difundido, para não publicar rumores.

Esta é uma nova realidade: a informação voa, com tudo o que isso tem de bom ou mau para a gestão de uma determinada situação. Em Paris, quero acreditar que a forma como a informação fluiu rapidamente foi benéfica para a população, que pôde proteger-se ou ajudar quem estivesse em perigo. E foi importante também para comprovar o que de melhor as pessoas têm: a solidariedade, amizade, entreajuda nas horas más.

Finalmente, é também nas redes sociais que a amizade das outras cidades e países se estende aos parisienses e franceses, num dos piores momentos da sua história recente. Os monumentos com a bandeira francesa, as fotos de perfil do Facebook com as mesmas cores ou os líderes que se colocaram à disposição dos governantes e povo francês são a prova de que as redes sociais oferecem uma onda de esperança a quem acabou de ser brutalmente atacado. E a quem sabe que os próximos dias, semanas e meses não serão fáceis.

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