“Always On”: o poder do momento

30 de janeiro de 2013

“Always On”: o poder do momento

Carolina Afonso, especialista em marketing

Quer se goste quer não, estamos na era do “always on”. Enquanto consumidores estamos permanentemente envolvidos com as marcas através dos mais diversos dispositivos (tablets, smartphones, portáteis) e canais (internet, redes sociais, aplicações).

Devido a este fenómeno, as marcas, nas mais diversas áreas de negócio, já se aperceberam que as técnicas de marketing tradicionais estão a tornar-se cada vez menos eficazes e mais dispendiosas.

Qual o impacto que esta tendência tem para as marcas?

As marcas já não controlam a sua comunicação como outrora, sendo que há muito que a comunicação deixou de ser unilateral em que o consumidor era o último elo da cadeia. Estamos na era em que o consumidor assumiu o controlo e é participativo em todo o processo de comunicação, que passou a ser multilateral.

Os próprios consumidores são muitas vezes mais avançados tecnologicamente que as próprias marcas. Esta revolução tecnológica faz com que os consumidores utilizem a tecnologia integrando-a no seu dia-a-dia. Por exemplo, através dos seus dispositivos móveis é cada vez mais frequente fazer-se a gestão da nossa vida em tempo real (por exemplo, ver o tempo, aceder a mapas, e a informação sobre restaurantes, cinema, etc), e tal veio também alterar a nossa forma de comunicação e socialização (através das redes sociais, sms, mms, etc) e até de entretenimento (jogos online multi-player, etc).

De que forma podem as marcas tirar partido desta tendência?

  • Estar onde estão os consumidores

Cada vez mais temos que procurar activamente onde estão os nossos consumidores. Por exemplo, o número de indíviduos que acede à internet através de um dispositivo móvel é cada vez maior, no entanto, ainda são poucas as marcas que apostam num site optimizado para mobile, o que significa que poderão estar a desperdiçar grande parte do impacto que poderiam ter junto da sua audiência. O mesmo é válido para a estratégia de redes sociais pois o objectivo não deverá ser estar presente em todas, mas sim estar presente naquelas que forem relevantes para o target. Por exemplo, se o nosso target é maioritariamente feminino talvez faça sentido estar presente no Pinterest e não faça tanto estar presente no Google +, que é maioritariamente masculino.

  • Saber “contar histórias”. O poder do Storytelling

As marcas precisam reinventar-se e tornarem-se relevantes no dia-a-dia dia do consumidor e estar no local certo à hora certa. Um dos exemplos é  a nova campanha da marca da Procter & Gamble intitulada “The Power of the Everyday”. A marca, sendo uma das referências na área do grande consumo, apostou num storytelling muito emocional, destacando o poder dos pequenos actos do dia-a-dia para inspirar as grandes mudanças que queremos ver nas nossas vidas – o que a marca chama de “Everyday Effect”. Por parte da marca, houve um aproveitamento de um claim forte que faz o recall para a promessa da marca, a de estar presente no nosso dia-a-dia e a utilização da emoção como forma de identificação do target com a mensagem através da exploração de diversos momentos da vida, recordando muito subtilmente que as suas marcas estão sempre lá, nos momentos que fazem a diferença.

Em suma, “always on”, significa sobretudo um desafio para as marcas. Nesta nova era global em que tudo acontece em tempo real, as marcas terão cada vez mais que inovar e reinventar a forma como comunicam. Parafraseando Confúncio: “Se me dizes algo, esquecerei; se me mostras algo, recordarei; se me envolves em algo, compreenderei”. Ou seja, o desafio está em saber criar “engagement” com o nosso público-alvo.

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Carolina Afonso, especialista em marketing

Comentários (1)

  1. Excelente!

    por: Rui Miguel,

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