Miguel Rangel, Director Comercial, Desenvolvimento e Comunicação da Fundação de Serralves

Ao passear pela rua muito se aprende sobre as preocupações que existem nas empresas e marcas que operam num país.

Se o leitor bem reparou, nas últimas semanas estavam “no ar”, em simultâneo, várias campanhas de marcas concorrentes de serviços de saúde. Assim, era possível ler em cartazes afixados, um pouco por todo o país, vantagens de um e de outro serviço.

Por um lado, a Multicare, fazia alusão ao seu serviço de consultas online através do qual o utente pode consultar um médico por via de um sistema de vídeo-consulta, podendo o utente receber posteriormente por sms ou email as respetivas prescrições de medicamentos, ou exames, se tal for necessário.

Nos mesmos suportes de publicidade exterior a Medis divulgava o seu “serviço pessoal de saúde”, através do qual os utentes poderão falar telefonicamente com um enfermeiro quando necessitarem, 24h por dia, 365 dias por ano.

Estas duas campanhas desenvolvidas pelos dois principais grupos seguradores de saúde em Portugal revela, e confirma, aquela que será, cada vez mais, a área de atividade económica de maior relevância para as sociedades ocidentais – os cuidados de saúde.

É interessante observar como, por um lado, estes serviços de seguro promovem a consultação remota e, de certa forma, a potencial desmaterialização do serviço de atendimento de saúde; ao mesmo tempo assiste-se ao crescente investimento dos principais grupos privados de saúde em Portugal (como é o caso dos grupos CUF e Lusíadas) em novas unidades, seja nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, seja noutras cidades como Braga ou Faro.

Não menos relevante é o aparecimento de startups na área dos cuidados de saúde, como é o caso da Knok, que dispõem de atendimento remoto ou de realização de consultas ao domicílio, através de um sistema digital de identificação do médico disponível na região onde o doente necessita ser observado.

O que quero com esta breve análise concluir é que se é certo que a saúde, e os respetivos serviços de saúde, sempre tiveram uma importância muito significativa na sociedade, com o prolongamento da esperança de vida dos humanos esta importância vai aumentar.

A muito maior preocupação de cada um de nós em manter estilos de vida saudáveis, que nos prolonguem o bem-estar total até décadas mais tardias da vida, levará a que as marcas de serviços de saúde estejam cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia.

É uma área em que a inovação e a modernização será cada vez mais fator de diferenciação e, com isso, estas marcas conseguirão tornar-se ainda mais relevantes para as economias e cidadãos.

É bom que assim seja, para bem da nossa saúde.

Miguel Rangel, Director Comercial, Desenvolvimento e Comunicação da Fundação de Serralves

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