Este mês, a campanha natalícia da britânica John Lewis levou a marca a entrar num território que me é familiar – o do storytelling – através de um spot que conta a história de um urso que adormece sempre no dia de Natal, até um amigo coelho lhe dar uma prenda verdadeiramente útil – um alarme –, ajudando-o a passar o seu primeiro Natal com os amigos.
O spot, transmitido pela ITV, emocionou os britânicos. Mas é na forma como a John Lewis se preparou para o passo seguinte que a campanha se tornou num sucesso.
Segundo a We Are Social, o vídeo foi visto 4,7 milhões no YouTube, nas primeiras 48 horas – o vídeo do Natal de 2012 foi visto 2,7 milhões em 360 dias. A John Lewis recebeu 86.300 menções no Twitter, um aumento de 29% em relação ao ano passado, e ganhou 7.000 novos seguidores nesta rede social. Destes, 70% eram do sexo feminino.
Nas 24 horas seguintes, cerca de 4.600 pessoas tornaram-se subscritores da marca no YouTube, e outros 12 mil da página no Facebook.
A marca preparou ainda um perfil, no Twitter, para as principais personagens da campanha, assim como uma hashtag – #bearandhare. Esta recebeu 18.200 menções, só no fim-de-semana de estreia da campanha.
Segundo Jackie Cooper, uma das mais conceituadas consultoras de PR do mundo, as marcas de retalho britânicas estão a investir fortemente neste Natal – em grandes produções e de qualidade – mas agora estendem este investimento ao engagement com os consumidores. Ou seja, elas estão a contar uma história e prolongá-la no tempo. Entrando, via publicidade, no mundo das PR.
“A consequência do enquadramento social e editorial [das campanhas] é fulcral para o valor do conteúdo, da história que foi contada. Precisamos (as PR) de continuar a mostrar a nossa experiência neste campo, a nossa liderança e técnica. Essa é a nossa mais-valia – conhecer o poder da história e amplificá-la em vários canais”, explica Jackie Cooper.
Fica o aviso: um dos grandes desafios da indústria das PR será aumentar a capacidade de criar histórias como esta, desenvolvê-las e amplificá-las. É isso que fazemos muito bem, e é esse caminho que temos de continuar a liderar.
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