A marca país que tem vindo a afirmar-se no turismo pelo exotismo, autenticidade e diversidade de emoções, é hoje também um destino a considerar para as empresas portuguesas que querem entrar em novos mercados, em especial os do norte de África. Marrocos estreia a nova grande aposta editorial do Imagens de Marca, a série Travel Brands.
Na aldeia berbere que visitámos, no início do Vale de Ourika – a pouco mais de uma hora de Marraquexe – há sempre uma porta que se abre aos turistas e os convida a entrar.
O pão quente, onde a manteiga caseira se derrete lentamente, e o chá acabado de fazer no pequeno fogão da cozinha, confortam a alma dos viajantes e são hoje uma das experiências mais apreciadas por quem visita o país. Os sorrisos tímidos, que primeiro se fazem notar, com o passar do tempo libertam-se e os homens, mulheres e crianças que ali habitam, acabam por conversar e partilhar a sua vida com quem os quer conhecer melhor.
Os mais pequenos posam para a fotografia e os mais velhos entregam-se aos afazeres tradicionais para mostrar como ainda hoje se vive ali, de forma tão singela e tradicional… (Veja aqui a galeria de fotos da equipa de reportagem do Imagens de Marca)
É com este país autêntico que Marrocos quer tocar o mundo. Feito de gente genuína, com uma história que não se conta só em museus, e uma cultura que se vive todos os dias.
Nessa aldeia encontramos uma cooperativa solidária que dá hoje emprego a mulheres divorciadas. É ali que encontram a fonte de sustento das suas famílias. Sentadas no chão, com roupas confortáveis e que possam afastar o frio, entregam a sua força e o seu tempo à produção de uma das tradições ancestrais que se tornou numa marca do país, o óleo de argão.
Chamam-lhe o ouro de Marrocos, e é utilizado no país desde que há memória. Nos últimos 15 anos, o óleo de argão despertou o interesse dos consumidores, em especial europeus, norte-americanos e japoneses. As exportações são superiores a 330 toneladas.
Este é um dos sinais da emancipação feminina, da transformação social e da evolução dos tempos a que o país tem assistido nos últimos anos. Mhammed Grine, Vice presidente da Organização Marroquina dos Direitos Humanos e Presidente delegado do Instituto e Fundação CDG (Caisse de Dépôt et de Gestion), resume numa palavra as grandes transformações: Reconciliação.
Marrocos reconciliou-se com o seu passado. Os episódios de violação dos direitos humanos foram-se dissipando na realidade marroquina. A comunidade tornou-se mais tolerante e hoje as mulheres podem aspirar a direitos iguais. Mas também se reconciliou com a sua cultura, e com a sua economia.
O Vice-Presidente diz ainda existir, no entanto, um longo caminho a percorrer para resolver os problemas que existem, e é isso que Marrocos irá fazer nos próximos anos, quer pelas empresas privadas que têm um papel social, quer pelas organizações governamentais. “Marrocos não é o melhor país do mundo nem o pior, como algumas pessoas afirmam, porque no fundo, enquanto marca, é um pouco assim que nos vêm hoje”, afirma. (Veja aqui a entrevista na íntegra)
Neste que é o primeiro episódio da série, o Imagens de Marca Travel Brands explica-lhe como a sociedade e a economia se têm vindo a modernizar (Veja texto “O país moderno”), mostra-lhe a importância que o turismo tem hoje para economia e a forma como influencia a imagem da marca Marrocos (Veja texto “Fés, um museu ao ar livre que traz turistas de todo o mundo”) e ainda lhe dá a conhecer as marcas portuguesas que estão naquele mercado e as áreas que se apresentam como oportunidades de negócio para as empresas portuguesas. (Veja texto “Portugal pode e deve estar de olho neste mercado…”)
O BI do país
O país que ocupa o 64º lugar no Ranking das 100 marcas país, 2012, da Brand Finance, visto à lupa:
- Reino de Marrocos
- Monarquia Islâmica Parlamentar
- Área: 710 mil Km2
- População: 32 milhões de habitantes
- PIB: 78 mil milhões de euros
- Crescimento Anual Previsto do PIB: 4,6%
- Capital: Rabat
- Religião Oficial: Islamismo
- Atividades Económicas Diferenciadoras: Extração de Fosfatos, Turismo, Industria Têxtil
- Exportações portuguesas para Marrocos (2011): 387 milhões de euros
- Importações portuguesas de Marrocos (2011): 139 milhões de euros
O nosso guia de viagem:
Como ir
- A Royal Air Marroc tem voos diretos de Lisboa para Casablanca. A viagem é rápida e confortável.
- Dentro do país a rede de estradas permite fazer viagens de carro em segurança, para qualquer ponto.
Onde ficar
- Rabat – Hotel Golden Tulip Farah e Sofitel Jardins des Roses
- Fés – Les Mérinides
- El Jadida – Hotel Art & Suites
- Marraquexe – Ryads Parc e Amanjena
Onde comer
- Fez – Palais Faraj
- Marraquexe – Palais Arabe; Riad Dar Moha e Dar Fakir; Restaurantes Narwama, La Sultana e Le Salama
O que visitar
- A incontornável praça Jamaa El Fna
- Os jardins Majorelle, de Ives Saint Laurent
- Os souks, na medina
- O património histórico e cultural, com destaque para o Palácio da Baía
- A Menara
- Os bairros novos da cidade
Rabat:
- Medina
- Biblioteca Nacional
- Avenida Mohamed VI
- Royal Golf Rabat
- Mausoléu de Mohamed V
- Torre Hassan II
Fés:
- Medina
- Souks
- Quartier de Tanneurs
- Restaurante L´Ambre para experimentar a tradicional cozinha Fassi
- Mesquita Al Quaraouiyine
Casablanca:
- La Corniche
- Mesquita Hassan II
- Praça das Nações Unidas e Praça Mohamed V
- Morocco Mall
El Jadida:
- Praia de El Jadida
- Medina
- Cisterna portuguesa
Nesta secção não deixe de ver:
- A galeria de fotos da equipa de reportagem do Imagens de Marca.
- Os textos de opinião da pivot do Imagens de Marca.
- As principais entrevistas realizadas pela nossa equipa de reportagem, na íntegra.
Comentários (0)