O mercado FMCG registou, em setembro, um aumento de 2,9% em valor, o que representa uma melhoria significativa face ao mesmo período dos dois anos anteriores. Este é um dos resultados da segunda edição do “Marcas+Consumidores” que avalia, periodicamente, as tendências e a evolução das marcas e do consumo em Portugal e fornece informação sobre produtos, marcas e consumidores.
As categorias dos frescos e de higiene do lar foram as principais impulsionadoras do mercado, com aumentos de 1% e 1,6%, respetivamente. Já a categoria da alimentação embalada penaliza o universo FMCG, com um decréscimo em termos de volume de 1,1%.
Para João Paulo Girbal, presidente da Centromarca, “se há sensivelmente um ano as famílias portuguesas davam prioridade à quantidade comprada, hoje a tendência parece ser a de levarem menos produtos para casa, ainda que isso não signifique efetivamente gastar menos”.
Em termos de promoções, 99,8% dos lares portugueses comprou pelo menos um artigo em promoção neste período, com 7 em cada 10 ocasiões de compra a incluírem pelo menos um artigo em promoção. No mesmo sentido, em média, cada lar dividiu as suas compras em 41 cestas, sendo que 3 destas (7%) não representaram qualquer custo para o consumidor.
No entanto, as promoções já não indicam necessariamente crescimento, nomeadamente nas marcas de fabricante, já que 46% das marcas ganharam compradores apenas via promoções mas sem se conseguirem expandir.
“O desafio atual é precisamente esse, acompanhar as novas tendências, até porque mais promoção não é sinónimo de mais crescimento nem para as marcas nem para o mercado”, explica Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca.
No setor das bebidas, os primeiros nove meses do ano registaram alguma estabilidade, devido ao setor das águas e sumos, mas com tendência negativa nas bebidas alcoólicas (0,9%). No verão registaram-se aumentos de 8,4% nas bebidas não alcoólicas e de 2,2% nas alcoólicas.
Blandine Mayer, da Kantar Worldpanel e responsável pela elaboração deste estudo, fez questão de salientar que “por baixo da aparente estabilidade do mercado FMCG em Portugal, se apresentam fenómenos muito distintos envolvendo diferentes famílias produtos, a indicarem que as mudanças nas tendências de consumo se começam a consolidar e, de certo modo, a mostrarem sinais de compensação”.
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