O futuro dos Media

15 de julho de 2015

O futuro dos Media

O estudo será divulgado em outubro e é da autoria da Reuters Institute mas alguns dados são já do conhecimento público. Cerca de 13% dos portugueses afirma que o smartphone é a plataforma de eleição para aceder à informação veiculada pelos Media em Portugal. O impacto deste meio é ainda reduzido e está a crescer até porque, mais de 65% dos inquiridos chega às notícias através das redes sociais, sendo o Facebook a plataforma mais relevante.

As conclusões deste estudo foram avançadas por Madhav Chinnapa, responsável  de parcerias da área de notícias da Google, que marcou presença no Digital Media Forum, em Lisboa e que falou também da Digital News Initiative, uma iniciativa que pretende criar parcerias com os publishers a nível europeu.

Considera-se um homem do jornalismo mas o seu interesse vai mais além e explora a inovação trazida pelos meios de comunicação social. Inovação e Pesquisa são também palavras-chave para este setor, que precisa continuar a viver uma revolução para se afirmar num mundo global que vive uma verdadeira revolução digital.

A Google tem sido encarada por muitos como rival das empresas de Media, pois assume-se como plataforma agregadora e distribuidora de conteúdos, mas Madhav Chinnapa acredita “na importância das notícias porque partilhamos os mesmo valores defendidos pelos Media”, como por exemplo o Acesso à Informação e a Liberdade de Expressão.

O futuro das redações na Era Digital

Desde os anos 90 muita coisa mudou na forma de fazer jornalismo e hoje as redações tem a necessidade de se adaptar aos tempos que correm, com o digital a crescer. Os desafios são muitos e passam, acima de tudo, pela diferenciação, pela credibilidade dos conteúdos mas mantendo sempre o Rigor e Isenção como pilares basilares da profissão.

Para Rute Sousa Vasco, diretora editorial do SAPO, o “sentido do urgência mantem-se” apesar de ser muito mais difícil gerir o excesso de informação do que a escassez, um problema que afeta as redações, dada a elevada quantidade de informação que chega aos jornalistas através das mais variadas fontes.

Num painel conduzido por Cristina Amaro, diretora editorial do Imagens de Marca, David Dinis, diretor editorial do Observador, refere que hoje já não se vive o “fecho” da edição. As redações que trabalham online “fecham” as suas edições ao minuto, e “quem recebe a informação é hoje muito mais bem servido do que há 20 anos atrás”. O telemóvel permite o acesso às notícias ao minuto e com toda a influência do online “o aumento ao nível da exigência e o rigor informativo é muito maior”. No fundo “a relação entre audiência e meio de comunicação social é muito maior”.

Uma revolução que trouxe para as redações muita gente, onde hoje “se vive uma mistura de competências” segundo Pedro Santos Guerreiro, diretor editorial do Expresso Diário. “Programadores, web designers, gestores de motores de busca fazem parte integrante das redações”. Mas o digital trouxe outras vantagens aos Media como a possibilidade de medir a audiência e essa medição, segundo David Dinis, veio quebrar alguns mitos. “As pessoas gostam de artigos extensos, as pessoas veem vídeos grandes”, ao contrário do que muitos dizem e remata “o segredo está em desenvolver conteúdos. Esses, os conteúdos de investigação, são os mais apetecíveis para o público”.

Quanto ao futuro, Pedro Santos Guerreiro explica que “antes de pensar nas redações é necessário pensar no que vai acontecer ao negócio”. E tudo depende também da resposta dada pela economia a nível internacional. “Mas indiscutivelmente vamos viver cada vez mais a pensar Mobile do que Online”, reforça o diretor editorial do Expresso Diário.

Durante um dia, a ACEPI, Associação da Economia Digital, trouxe a debate o Futuro dos Media em Portugal e, em conjunto com os principais grupos de Media do país, procuraram caminhos de futuro para que os Meios de Comunicação Social possam crescer.

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Jornalista: Fernando Paula

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