Desde o início da crise económica que os consumidores portugueses foram habituados às promoções. A recessão nacional baixou o nível de confiança e obrigou as marcas e as insígnias a aproveitarem o momento para lançar a estratégia que atualmente chama mais clientes: o preço.
Em 2011, um ranking da Nielsen mostrava que os preços baixos e as promoções ocupavam apenas, respetivamente, a 18ª e 17ª posição entre os 26 atributos mais diferenciadores para a escolha de uma loja. Em 2017 representam 45% das vendas.
Estamos viciados em promoções? Para onde vai o consumidor? Quais são os desafios das marcas no futuro? Questões levantadas pela Nielsen que revelou algumas mudanças nos hábitos de consumo dos portugueses.
Mais do que um preço baixo há outros fatores que interferem nas nossas escolhas hoje em dia, como é o caso da saúde. Graças a uma população mais envelhecida, ao diagnóstico de doenças crónicas, à maior valorização dos alimentos funcionais e à informação a que o consumidor está mais exposto, as categorias da alimentação saudável mostram ser uma tendência e o seu crescimento é notório.
Por exemplo, os iogurtes biológicos registaram um crescimento de 136%, enquanto o muesli e a granola registaram um aumento de 84% assim como os cereais diet de mais de 70%. De acordo com o relatório “Health and Ingredient-Sentiment Survey”, da Nielsen, 66% dos portugueses estão dispostos a pagar mais por produtos premium e sem ingredientes indesejáveis, como é o caso do açúcar, gorduras, corantes ou conservantes.
Também a conveniência é hoje um fator fundamental já que os pequenos formatos de loja e o online são aqueles que crescem a um ritmo mais elevado. Isto porque de todos os países, os portugueses são os que mais referem a necessidade de “encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”.
Dados que levam a perguntar qual o maior desafio de futuro? Segundo Ana Paula Barbosa, diretora de serviços de retalho da Nielsen, a resposta é a fidelização. Veja aqui a entrevista com a responsável que nos explicou para onde caminha o consumidor.
Não estamos viciados em promoções… as marcas é que nos viciaram praticando preços superiores, para depois os venderem ao preço justo nas ditas “promoções”! Basta ir a Espanha para comprovar que os preços praticados por cá nalguns produtos são mais ou menos o dobro.