Num ano que se registou complicado para o comércio em geral, quisemos perceber como correu 2012 para os centros comerciais. Espaços que nasceram há mais de três décadas e que marcaram o seu espaço no panorama comercial português. Conquistaram consumidores e rapidamente se tornaram em verdadeiras catedrais do consumo. A retração no consumo, sentida em 2012, foi uma tendência que também afetou os centros comerciais, registando-se quebras no volume de vendas e número de visitantes, mas ainda assim, menores que no ano anterior, segundo a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC).
A Multi Mall Management, gestora dos centros comerciais Fórum, revelou ao Imagens de Marca, a quebra que sofreu no ano passado, em relação a vendas e número de visitas. Ainda assim, António Matias Lopes, administrador da empresa para o Sul da Europa, garante que para os consumidores “os locais ideais de consumo continuam a ser os centros comerciais” e que é importante “aprender o comportamento do consumidor e transformar, modernizar, atualizar cada vez mais os centros comerciais”, para continuar a atrair consumidores. O Grupo afirma também que a crise tem afetado, particularmente, certos setores e que do ponto de vista europeu, esta situação depreciativa de contração nota-se mais no Sul da Europa, particularmente em Portugal e Espanha do que em países como Inglaterra, Alemanha ou França.
Outra estratégia para continuar a chamar pessoas a estes espaços e trazer mais trafego às lojas foi a que a Sonae Sierra adotou, criando a plataforma digital Promofans, que assenta no conceito “o seu shopping com descontos”, sendo um novo canal de comunicação entre lojistas e consumidores. O processo de compra inicia-se online, sendo a compra efetuada na loja física. Em menos de dois meses, o Grupo garante que os resultados são muito positivos, com cem mil registos, 39 mil fãs no facebook e 400 lojistas aderentes. Falámos com Joana Moura e Castro, Diretora de Marketing da Sonae Sierra Portugal para tentar perceber o que têm feito para combater a tendência generalizada de quebra no consumo e fazer o balanço da performance, em 2012, dos centros comerciais da Sonae Sierra, visto que é o maior player em Portugal, com 21 espaços no portfolio.
O Grupo Mundicenter registou, em 2012, uma quebra de vendas entre 5% a 7%, mas em termos de trafego o decréscimo foi de 1,7%. Para continuar a atrair clientes, a estratégia passa por criar eventos e ações dinâmicas nos centros. Recentemente, um dos centros comerciais do grupo sofreu uma mudança de conceito: o Odivelas Parque agora, desde o inicio de dezembro passado, o Strada Shopping & Fashion Outlet. A Mundicenter garante que só em dezembro o crescimento do trafego neste espaço foi de 17% e que esta é uma forma de alargar a sua área de influência.
Já a Ségécé, gestora francesa de centros comerciais, afirma que a quebra nas vendas, também sentido pelo Grupo, não diz respeito apenas ao último ano, sendo uma descida sentida ao longo dos últimos quatro anos. Augusto Lobo, Diretor Geral da Ségécé Portugal garante “o consumidor português, que vai ao Centro Comercial, pretende encontrar serviços e níveis elevados de conforto. Isto porque, a ida ao Centro Comercial para além poder ser um momento de compra é, acima de tudo, um momento de lazer e um espaço de socialização”. A diversificação do mix de lojas é, segundo Augusto Lobo, um ponto essencial para continuar a atrair consumidores “o aparecimento de novas marcas, como a Primark, de clinicas dentárias, de ginásios low cost, etc, são novos pontos de atração que permitem apresentar novas dinâmicas e ofertas, gerando mais vendas e trafego”.
O Imagens de Marca também falou com o Grupo Chamartín, gestor dos centros Dolce Vita, onde se inclui o Dolce Vita Tejo, o centro comercial com maior área em Portugal. Este centro comercial afirma a sua aposta num reforço do mix comercial nos segmentos de moda e serviços, sendo dois segmentos-chave na estratégia da marca. Com uma taxa de ocupação de 95%, no último trimestre de 2012, o Dolce Vita Tejo registou a abertura de 14 novas lojas.
Fazemos, então, esta semana, um balanço de como está este setor para perceber até que ponto sentem as dificuldades nascidas do contexto económico e como se adaptam a essa situação. Não perca este tema na SIC Notícias sábado, às 17h30 e domingo às 10h30 e 16h30.
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