12 de abril de 2013

Promo: Indústria da cortiça estuda valor de mercado das externalidades

Serviços prestados pelo ecossistema do montado não devem ser só suportados pelo setor

As externalidades são um tema que existe no atual modelo económico e o montado distingue-se porque é um ecossistema único ao nível dos serviços prestados. Este é um tema recente na discussão internacional e a APCOR, Associação Portuguesa da Cortiça, está a sensibilizar quer os agentes políticos, quer os agentes económicos, assim como o mercado para esta questão. Considera que não deve ser só a cortiça o único responsável pela preservação deste ecossistema. A APCOR tem sido pioneira a desenvolver estudos em Portugal para conseguir medir quanto é que valem estas externalidades e chegou à conclusão que existe um valor associado e é preciso encontrar formas de valorizar estes serviços. Desde a retenção de carbono e regulação do ciclo hidrológico até à preservação da biodiversidade e serviços sociais e culturais ligados ao montado, bem como o facto de ser uma paisagem de alto valor turístico.

A cortiça voltou a estar na ordem do dia. O aumento em 150 milhões de euros das exportações, a uma média de 7% ao ano, nos últimos 3 anos, é uma prova disso. A APCOR, Associação Portuguesa da Cortiça, acredita que estes resultados são fruto do sucesso da campanha internacional Intercork que foi desenvolvida entre 2010 e 2011, nos principais mercados do setor como França, EUA, Itália e Alemanha. Uma campanha que arrecadou 11 prémios internacionais, dez na Europa e um nos EUA. Segundo a APCOR, gerou mais de 9 mil notícias em meios como imprensa, online, TV e rádio.

Para João Rui Ferreira, Presidente da APCOR, depois de a indústria ter sofrido no início do milénio a ameaça da TCA (molécula responsável pelo cheiro a mofo nos vinhos), as empresas do setor investiram em tecnologia e inovação, mostrando que souberam fazer “ um trabalho de casa bem feito, conseguimos voltar ao mercado em força, estabilizar o nível de exportações, aumentá-lo significativamente desde 2009 e aparentemente todas as condições estão criadas para a que a cortiça possa continuar este caminho”.

A Corticeira Amorim investe 5 milhões de euros anuais em investigação, desenvolvimento e inovação. A líder mundial na produção de cortiça tem vindo a implementar soluções tecnológicas de análise e tratamento da matéria-prima que beneficiam todo o setor. Investe também em projetos com designers de renome internacional para estimular o aparecimento de novas aplicações.

Quercus e Corticeira Amorim importam rolhas para reciclar

A sustentabilidade da indústria da cortiça passa também pela possibilidade de conseguir reciclar toda a matéria, que volta ao processo fabril, não para produzir novas rolhas, mas para ser incorporada em novas aplicações, entre outras, revestimentos, pisos e isolamentos. No entanto, a quantidade reciclada em Portugal é mínima e a Quercus, em parceria com a Corticeira Amorim, decidiu alargar esse projeto de recolha a nível internacional. O processo não foi fácil, mas a Associação Nacional de Conservação da Natureza, tem finalmente as condições legislativas necessárias para começar a importar rolhas usadas de países como França e Alemanha. Segundo a Quercus é importante divulgar no estrangeiro que a rolha de cortiça é um vedante natural que é passível de ser reciclado.

Desde que a Quercus, em parceria com a Corticeira Amorim, e em conjunto com os hipermercados Continente, começaram a campanha de recolha em Portugal, já foram recicladas 160 toneladas de rolhas, qualquer coisa como 35 milhões de rolhas.

Não perca esta reportagem, já este sábado às 14h30 e domingo, às 10h30 e 16h30, na SIC Notícias.

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Jornalista: Maria José Martins

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