Sustentabilidade: Desafio Global?

4 de maio de 2012

Sustentabilidade: Desafio Global?

Carolina Afonso, especialista em marketing.

Este mês gostaria de dar destaque algumas conclusões que retirei e que gostaría de partilhar convosco, na sequência de um evento sobre a sustentabilidade que decorreu no ISEG:

1. Assistimos a uma mudança de paradigma em que os consumidores passam a ser prosumers, produzindo e monitorizando os seus consumos. Exemplo desta realidade é o projecto Inovcity da EDP. Este conceito, focado na eficiência energética e económica, teve como palco a cidade de Évora e integrou tecnologias emergentes como a micro-geração e os veículos eléctricos. Em casa de cada cliente Inovcity foi colocada uma box que permite entre outras funcionalidades, efectuar as leituras e operações de forma remota, facturação baseada em consumo real acessível a todos, permitindo a sua monitorização. Os resultados de eficiência energética conseguidos fazem deste um case-study de excelência na área da sustentabilidade, tendo sido reconhecido internacionalmente com o prémio “Utility of the Year Award” no início de 2012. Até 2020 espera-se que 80% das redes europeias de distribuição eléctrica sejam constituídas por redes inteligentes.

2. A sustentabilidade é cada vez mais um fenómeno transversal a diversas áreas de negócio. O exemplo veio do sector financeiro por parte BES. Este sector apesar de não ser o que mais contribui para a pegada ecológica, é chamado a desempenhar um papel de relevo enquanto intermediário financeiro, sendo que a sustentabilidade é encarada em três dimensões: project finance, gestão de activos e inclusão financeira. É sobretudo na área da responsabilidade social que o BES vê concretizado grande parte do seu compromisso com a sustentabilidade, através de mecenato cultural, da aposta na ciência e inovação, na educação e literacia financeira, na área da solidariedade e na área do ambiente e da biodiversidade.

3. A importância de olharmos para a sustentabilidade na perspectiva da adaptabilidade. Este foi o eixo da apresentação do Boston Consulting Group, que se foca na conclusões do terceiro relatório conjunto realizado com o MIT. Para a consultora, a sustentabilidade deverá ser entendida na óptica da adaptabilidade com vantagens na área ambiental (minimizando consumos, substituindo recursos, reduzindo a poluição), económica (adaptando continuamente o modelo de negócio e construindo um ecossistema adaptativo) e social (apostando em novos mercados e contribuindo para a comunidade). Por fim, é salientado que o esforço da adaptabilidade compensa, isto é, a capacidade de adaptação das empresas é um factor de diferenciação e factor-chave na criação de valor.

4. A sustentabilidade deverá ser entendida também na óptica da gestão de riscos. Este foi o mote um estudo elaborado pela KPMG em parceria com a Euronext sobre os riscos e oportunidades do desenvolvimento sustentável nas empresas portuguesas cotadas em bolsa. Cerca de 83% das empresas inquiridas afirma ter um modelo de gestão de risco em que a sustentabilidade já está incluida. Como principais desafios deste estudo salientam-se a necessidade de melhorar desempenhos, a reputação e os diálogos entre stakeholders, sendo que as principais dificuldades encontradas foram a gestão fragmentada dos temas da sustentabilidade dentro das empresas, a dispersão geográfica/diversidade de negócios e a necessidade adicional de recursos financeiros. Destaque também para um estudo divulgado pela consultora este ano intitulado “Expect the Unexpectable” em que são traçados quatro cenários futuros: “brown world”, em que se postula a continuação do “business as usual”, o “red world” em que assistiremos ao colapso dos recursos, um “green world” em que prevalece um cenário de regulação e substituição de recursos e um “blue world”, em que se evolui para um cenário de transformação.

Por fim, destaco a constatação que ficou evidente ao longo de todo o evento e através destes exemplos que a sustentabilidade é simultaneamente um desafio global e local, sendo que abarca por um lado um cenário macro-económico mas que por outro diz respeito a cada um de nós e ao nosso contributo através das nossas acções do dia-a-dia e na dimensão que podem assumir num contexto de um mundo global.

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Comentários (3)

  1. disse:FESTIVAL INTERNACIONAL DO AUDIOVISUAL AMBIENTAL/FILMAMBIENTE- em sua primeira edie7e3o de 18 a 25 de nmrboevo de 2011-RJ mais de 60 tedtulos da recente produe7e3o audiovisual sobre sustentabilidade (longas, me9dias, curtas),fice7e3o,docs,filmes de animae7e3o, concorrendo ao preamio TAINc1, a serem exibidos gratuitamentes em diferentes locais da cidade sendo dois em comunidades carentes (Morro Chape9u Mangueira e Morro do Vidigal), seguidos por debates com os realizadores e/ou especialistas no tema.

    por: Michael,
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    por: cegasgo,
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    por: tssdbdu,

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