«Bebam água engarrafada» foi o apelo dirigido às populações pelas autoridades de saúde da região centro quando no dia 17 de Junho começou o incêndio de Pedrogão Grande que veio a ter proporções trágicas.
Em Portugal, todos os anos acontecem incêndios florestais que por insuficiência de alternativa , em quantidade e qualidade, exigem o fornecimento de águas engarrafadas.
E todos os anos, muitas das empresas do sector da indústria de águas minerais naturais e de nascente têm respondido à chamada e socorrido solidária e gratuitamente as equipas socorro e as populações , sem chamarem à atenção , nem reclamarem para si qualquer beneficio.
Fazem-no por imperativo ético e de cidadania!
As águas Minerais Naturais e de Nascente engarrafadas têm origem em aquíferos profundos e renováveis , recarregados naturalmente pelo ciclo hidráulico.
São águas das chuvas que, muitas vezes precipitaram há centenas ou milhares de anos, e que tiveram um lento percurso subterrâneo entre as rochas e um longo tempo de permanência no subsolo.
São geridas de forma sustentável e responsável por profissionais de geologia altamente qualificados que permitem assegurar que estes recursos de excepcional qualidade e pertencentes ao domínio público do Estado (no caso das águas minerais naturais) estão protegidos de qualquer contaminação e que são preservados para as futuras gerações.
Daqui decorre que as águas minerais naturais e de nascente não estão tão expostas a situações de contaminação de natureza mais conjuntural, como as que podem ocorrer em situações das secas ou de acidentes naturais.
Em todos os continentes têm ocorrido catástrofes naturais ou outras que têm levado a situações de ruptura ou de forte insuficiência no fornecimento de água potável às populações . Neste contexto, as empresas de água engarrafada têm respondido à emergência de disponibilizar água potável após acidentes como furacões, terremotos, tornados, inundações e incêndios florestais, ou mesmo ataques terroristas.
Por tudo isto, o sector das águas minerais naturais e de nascente engarrafadas afigura-se como estratégico face a cenários limite no âmbito de desastres naturais, situações de emergência ou a ocorrências episódicas de abastecimentos públicos indisponíveis (devido a inundações, períodos de seca ou terramotos), valência que nem sempre está presente no “mindset” de certos governantes e autoridades em períodos de acalmia!
Nuno Pinto de Magalhães, Presidente da APIAM
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