Será que estamos a virar escravos do tempo? Estamos a utilizar os avanços tecnológicos para nos poupar tempo? Estarão as prioridades certas? Socorro, estou a ficar sem tempo…. Siri, Alexa, ajudem…
Existe alguma unanimidade, ou pelo menos um consenso alargado quanto as prioridades de Família, Saúde e….. tempo ?
Ao observarmos o quotidiano de muitas famílias de hoje reparamos na introdução de alguns elementos diferentes, à primeira vista perturbadores, mas após analise e contextualização compreensíveis tendo em vista uma otimização de tempo:
- Headphones presentes em muitos membros da família, em vários momentos do dia. Aproveitar momentos de outras tarefas (correr, caminhar, tarefas domesticas, cozinhar…) para ouvir música, podcasts, palestras ou cursos online, optimizando o tempo antes dedicado a apenas uma tarefa.
- Smartphone sempre em punho. Símbolo máximo de dependência, da vida em tempo real, o Smartphone concentra varias fontes de informação antes espalhadas por vários meios (emails, telefonemas, mensagens, noticiário, jornais, revistas, TV, Livros, música, idas ao Banco, pesquisa e analise, identificação de rotas e caminhos, escolha viagens e momentos lazer, compra de itens, encomendas de supermercado,….). Principalmente nos teenagers, adiciona a parte pedagógica e escolar com a substituição quase integral do velho aparelho de TV, tudo concentrado numa tela que cabe na palma da mão.
- Voz. A introdução gradual, mas avassaladora de equipamentos que respondem aos nossos comandos de voz, verdadeiros optimizadores de tempo e eficiência, estão ainda nos primeiros dias, mas vieram para ficar e mudar muitas das nossas rotinas. Desde aplicativos como o Waze em que podemos ditar a rua para onde queremos ir, ao Siri da Apple que dialoga connosco, até à cada vez mais famosa Alexa da Amazon que nos informa do transito, sugere o melhor caminho para o escritório, faz compras e toca as nossas músicas preferidas com diálogos próximos da relação humana, quer no humor, no tom de voz e na capacidade de reação, chegando no omnipresente Google, que de tão utilizado virou verbo. Eu googlo, tu googlas…..
- Linguagem simplificada e digitada. Já nem falo da escrita manual, naturalmente em vias de extinção, mas apenas da digitada, sob qualquer espécie de teclado ou ecran/tela. A linguagem atropelada, encurtada, abreviada e complementada com emojis, mesmo em contextos de utilização profissional, é algo que não esperaríamos que ocorresse. Tudo pelo tempo, sempre o tempo…
- Mobilidade. Falando de contextos urbanos de cidades de media ou grande dimensão, os hábitos de mobilidade alteraram-se de forma dramática nos últimos anos, com tendência para continuar a mudar. O abandono progressivamente maior dos carros nas garagens, a preferência por transportes partilhados, públicos ou de transporte especifico como Uber, Cabify, Easy Taxi, 99 ou tantos outros, bem como a escolha de meios alternativos como a bicicleta ou pequenas motorizadas, de preferência elétricas. Tempo e qualidade de vida sempre na pauta. Nas maiores cidades grande parte dos cidadãos perde entre 2:30 a 3h por dia no transito, mais de um mês por ano desperdiçado, um mês !!!
Se está a pensar empreender e montar um novo negocio, pense sempre que impacto isso terá na vida das pessoas, se o produto ou serviço que quer oferecer vier ao encontro desta preocupação e mega tendência mundial, as suas chances de sucesso são enormes.
Se pretende oferecer algo que requer muito consumo de tempo, saiba que vai operar num nicho de mercado, que pode ser de muito valor acrescentado, mas será um nicho.
Se olharmos para as grandes inovações tecnológicas, ainda que algo assustados por algumas delas, desde o robô Sophia aos carros sem condutor, aos camiões que fazem entregas sem motorista, aos aspiradores que limpam as nossas casas comandados pelo telefone quando estamos no escritório, e a tudo o mais que por ai vem, conseguimos identificar em todas um elemento comum de vital importância que todos querem salvaguardar, TEMPO.
Quando pensamos em planos de vida, o tempo surge de novo com uma forca incrível, indicando que a probabilidade, salvo condições excepcionais, de vivermos para além da barreira psicológica dos 100 anos é cada vez mais uma realidade, trazendo inúmeros desafios, oportunidades, mas também problemas e consequências.
Tempo, sempre ele. Quando um simples relógio já não é um simples relógio mas sim um aparelho que, apesar de residualmente nos informar das horas do dia, monitora a nossa saúde, nos informa da agenda, permite ler mensagens, fazer telefonemas, entre tantas outras coisas.
Tempo de qualidade. Definição tão gasta mas sempre tão relevante. Será que o tempo de qualidade vai sempre compensar a escassez de tempo? Onde esta o equilíbrio, o bom senso, será igual para todos? como não me afogar na espiral do tempo? SIRI, ALEXA, ajudem….
“Time is more value than money. You can get more money, but you cannot get more time.” – Jim Rohn.
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