Será Ético, o Neuromarketing?

16 de dezembro de 2013

Será Ético, o Neuromarketing?

António Jorge, Consultor e Docente Universitário

A ética do neuromarketing é um dos tópicos mais “quentes” no seio do marketing; quer do ponto de vista profissional, quer académico.

Para compreender bem a questão, importa primeiro entender o que é o neuromarketing: Trata-se, genericamente, de uma nova abordagem ao consumidor, sustentada em meios de diagnóstico neurológico e psicológico, que pretende compreender melhor o consumidor através do conhecimento dos padrões do seu subconsciente.

É efetivamente este conhecimento do subconsciente que suscita dúvidas do ponto de vista ético, uma vez que, segundo os mais críticos, pode levar à manipulação dos indivíduos. Penso tratar-se de um visão exagerada, quer do que neuromarketing permite conhecer, quer do que os gestores pretendem fazer com esse conhecimento.

O neuromarketing permite identificar padrões de preferência e de consumo com um menor grau de risco, e não um conhecimento profundo e manipulativo de cada consumidor; por outro lado, um gestor pretende desenvolver propostas de valor que façam os seus consumidores felizes e contribuam para uma sociedade melhor, satisfazendo por esta via, todos os stakeholders. Este é o normal enquadramento ético da profissão.

Um comportamento ético, profissional e socialmente aceite, depende dos valores e motivações de cada gestor e não tanto de normas que restringem a atuação dos mesmos; como aliás comprova a responsabilidade social, pois não é por existir regulamentação e relatórios que temos empresas e marcas socialmente responsáveis, mas sim porque os seus gestores acreditam, genuinamente, que o devem fazer.

Pelo exposto, penso ser errado considerar o neuromarketing eticamente condenável.

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Comentários (3)

  1. Não me parece ser assim tão anti-ético. Afinal de contas, será apenas e só mais uma abordagem (ou tentativa de…) ao consumidor. Contudo a ultima palavra será sempre dele. Já o que sempre se fez, de melhor ou pior maneira, foi uma base disto mesmo. Entrar na cabeça do consumidor, utilizar cores, sons, etc, que tornem o produto memorizável…

    por: Nuno AS Fernandes,
  2. Great Article from Dr. Antonio Jorge! I would like to participate with this two relevant documents (Video from my friend and partner in SalesBrain Christophe Morin during a keynote in the NMSBA Neuromarketing Science and Business Association in 2012 —– and the current NMSBA worldwide member rules writed by the Salesbrain partner and member of the asociation council Christophe Morin).
    http://neuromarketing.ning.com/video/ethics-and-neuromarketing
    http://www.nmsba.com/ethics
    Muito Obrigado
    Dr Antonio Casals Mimbrero

    por: Antonio Casals Mimbrero,
  3. A pretexto da satisfação do consumidor está a entrar-se no campo do subconsciente, onde os comportamentos são definidos sem uma intervenção ativa do consumidor. Desse modo creio que estamos perante uma manipulação comportamental inconsciente, longe da simples satisfação das necessidades do consumidor. Afinal, o consumidor irá comprar porque alguém lhe disse ao nivel do subcosncisnte que precisa de algo – é quase comprar aquilo que precisa mas não sabia que precisava.

    por: João Serra,

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