A crise económica trouxe consigo alguns desafios para as marcas e para os consumidores no que concerne às suas preferências por produtos verdes.
Mais sensíveis ao preço do que nunca, os consumidores preferem cada vez mais produtos “duplamente eco”, ecológicos e económicos, e as marcas têm apostado cada vez mais na inovação para dar resposta a esta procura. Tal tem-se vindo a verificar no desenvolvimento de produtos que procurem reduzir o impacto ambiental ao longo de todo o seu ciclo de vida e que ao aumentarem a sua durabilidade têm efeitos reais em termos de poupança para o consumidor.
Um dos grandes obstáculos à compra de produtos verdes (se não mesmo o principal) tem a ver com o facto destes produtos serem mais caros comparados com os convencionais. Se no passado os consumidores olhavam para os produtos verdes com alguma desconfiança, sobretudo devido ao seu desempenho tido como inferior comparativamente com os seus homólogos convencionais (exemplo: automóveis híbridos), hoje em dia muitos avanços foram feitos e os consumidores percepcionam estes produtos como “premium” e de qualidade superior sendo mais saudáveis, menos tóxicos, capazes de poupar tempo e dinheiro numa perspectiva de médio-longo prazo e contribuindo para um futuro mais sustentável.
Assistimos a um fenómeno curioso com alguns consumidores a terem em consideração o “total cost of ownership” dos produtos que consumem e ao fazerem esta análise muitos deles estão dispostos a pagar mais por produtos verdes têm precisamente a ver com o facto destes consumidores avaliarem não só os atributos, isto é características intrínsecas destes produtos (tamanho, cor, peso, etc) mas também os benefícios que no caso concreto destes produtos são percepcionados na óptica do “value for the money”. Por outras palavras, o consumidor olha para estes produtos como um investimento e pelo seu valor acrescentado.
Um estudo levado a cabo pela J. Ottman permite-nos ilustrar quais os benefícios associados a algumas categorias d eprodutos verdes:
- Lâmpadas economizadoras: benefício associado – maior durabilidade, poupando dinheiro;
- Papel reciclado: benefício associado – mais económico;
- Car Sharing: benefícios associados – conveniência, mais económico;
- Produtos orgânicos: benefícios associados – mais saudáveis, melhor sabor.
As tendências apontam para que no futuro estes produtos tendam a massificar-se, contudo, muitos são ainda os desafios para as marcas que necessitam de considerar todo o impacto ambiental da actividade empresarial ao longo do ciclo de vida do produto bem como do seu ciclo de consumo, o que se traduz num dos principais desafios do marketing verde e da gestão da actualidade.
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