As eleições legislativas regressam este ano, as presidenciais estão ao virar da esquina e os candidatos oficiais e candidatos a candidatos apressam-se a criar o seu perfil no Twitter e Facebook ou reactivar a conta que ficou em stand by na noite das últimas eleições.
A maioria dos partidos e políticos portugueses utilizam as redes sociais para partilhar e monologar – e não dialogar. Mas se tal comportamento é normal quando estamos a falar de perfis partidários ou institucionais, do aparelho, não se compreende quando eles têm o rosto do candidato.
É sobretudo no Twitter, que é visto pela própria rede norte-americana como uma enorme conversa, que esta tendência de monólogo partidário me faz mais confusão. Ainda hoje, a vice-presidente do Twitter, Katie Stanton, dizia ao El Mundo que os twitteiros são pessoas “muito expressivas e não têm medo de partilhar as suas opiniões”. Quase todos, diria.
Sobre se os políticos deveriam utilizar o Twitter, Stanton diz que isso depende do país. Explica que Obama é um dos políticos que melhor utiliza esta rede social – “queria o Governo mais aberto e transparente da História” e foi ele mesmo que teve a ideia de criar a conta da Casa Branca – e que facilmente se percebe quando é o próprio político que utiliza a conta ou a sua equipa.
“É muito melhor ser autêntico, é algo humano. Gostamos quando nos olham nos olhos e quando nos falam. A Lady Gaga, por exemplo, deu à sua equipa acesso a todas as suas redes sociais, excepto o Twitter. Porque quer que os seus fãs saibam que é ela. E eles notam”, explicou.
Em Espanha, todos os políticos utilizam o Twitter. Sempre. “É surpreendente”, explica Stanton. E, mesmo quando as contas são geridas pela equipa, existem políticos que colocam as suas iniciais quando tuítam. Mariano Rajoy, por exemplo.
Em Portugal, poucos políticos têm conta de Twitter e menos ainda são os que publicam, eles próprios, os conteúdos. Ainda assim, é possível acompanhar conversas de deputados nesta rede social, fora de período de eleições e abordando todos os temas, da política à cultura, desporto à economia. Basta estar atento.
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