Regressei há pouco dos EUA onde tive a oportunidade de passar duas semanas no âmbito de um programa sobre a relação universidades-empresas e empreendedorismo. Quando se fala em criação e, principalmente, aceleração de start-ups o papel dos “venture capitalists” é fundamental.
Curiosamente, palavra “capitalista” tem um significado diferente nos dois lados do Atlântico. Aqui pela Europa tem uma carga ideológica que do lado americano não possui. Nos EUA um capitalista é alguém que possui um capital e que está disposto a investi-lo.
O que acontece é que de um “venture capitalist” – ou seja, de alguém que está disposto a investir numa start-up ou projeto inovador – se espera mais do que capital. Espera-se também que aporte experiência de negócios e capacidade de networking, dois ativos essenciais para abrir portas junto de potenciais clientes. Por outras palavras, espera-se que aquilo que tem para investir não seja só dinheiro mas sim “smart capital”.
É por isso que o “venture capital” é tão importante: porque, assumindo a natureza de “smart capital”, contribui para o desenvolvimento das empresas não apenas pelo lado dos recursos mas também pelo lado das competências e capacidade de gestão de relacionamentos.
Já agora, cá em Portugal, ao “venture capital” chama-se capital de risco. A semiótica pode-nos ajudar a perceber todas as diferenças em termos de carga simbólica que separam as duas expressões – e, também já agora, em termos de postura empresarial. Mas isso são já outras histórias…
Comentários (0)