O que nos motiva?

9 de novembro de 2012

O que nos motiva?

Esta crise tem-me forçado a tentar entender onde estamos, porque estamos como estamos e o que devemos fazer para estar melhor. Uma das questões que me tem intrigado é a do que nos motiva, enquanto marketers, criativos e comunicadores, para insistirmos em trabalhar nesta actividade tão polémica e escavacada que é o marketing e a publicidade.

Já me coloquei esta questão uns milhares de vezes e pelo menos para mim, a resposta é cada vez mais clara: Amo o que faço.

Mas como posso amar fazer uma coisa que acaba por não ser feita, uma vez que em 90% das vezes, as minhas ideias e propostas para trabalhar a comunicação das marcas, são recusadas, ou ignoradas?

A verdade é que mesmo assim não deixo de ter paixão pelas ideias e como amo observar, fazer coisas novas, desafiar o status quo, aprender, escrever, matutar e confrontar as pessoas com estas coisas, como vai dando para sobreviver e como não sei realmente fazer mais nada, trabalho quase sempre com um sorriso mental, e confesso que não me vejo a fazer outra coisa, nem que seja não fazer nada ou andar a surfar pelo mundo.

Mas e as pessoas que andam nisto e que não sentem o mesmo encanto que eu sinto, o que as motiva? O que o motiva a si, é o dinheiro? é o ‘glamour’? é o prestígio? é a ‘loucura’? é a ausência de gravatas? é o haver ‘pessoas giras’? são os prémios?

Pelo que me tem sido possível observar é tudo isto e mais qualquer coisa, mas o factor ‘amor’ não é muito abundante. É raro encontrar pessoas que tenham mesmo paixão pela criatividade e pela sua infinita capacidade para resolver problemas e aproveitar oportunidades. Vejo muita mecanização, expediente e pensamento táctico e pouco amor, estratégia e dedicação pura e dura.

O que é curioso é que as poucas pessoas realmente apaixonadas por isto que vou encontrando, são sempre os melhores, e como o dinheiro e os derivados patéticos que abundavam nesta profissão estão em vias de extinção, qualquer dia só vão ficar mesmo os amantes que tratam cada ideia e cada campanha, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Acredito muito no poder das marcas e vejo-as como uma nova espécie de divindades que vão ser muito mais importantes no futuro das sociedades sustentáveis e equilibradas do que alguma vez imaginámos. E mesmo que isto seja uma utopia, esta ideia motiva-me.

Sugiro que quem não faz o que faz por puro amor, procure outra coisa que a faça mais feliz. É que pessoas motivadas pela paixão são capazes de coisas impressionantes, incluindo acabar com as crises.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelas
13 votos
Loading ... Loading ...

Comentários (2)

  1. JOÃO,TOTALMENTE DE ACORDO! NA MINHA VIDA PROFISSIONAL (42 ANOS) FIQUEI A AMAR AS MARCAS A QUE ESTIVE LIGADO E À RESPECTIVA COMUNICAÇÃO. UM GRANDE ABRAÇO.

    por: Manuel Batista,
  2. Subscrevo na integra…integralmente :)

    por: António Mello,

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.