Nos últimos tempos, muito se tem debatido sobre o que podem ser activos e medidas que tornem a nossa economia, e o nosso país, mais fortes e mais competitivos. Estando cientes das debilidades do nosso tecido industrial, os governantes, esforçam-se por criar polos de desenvolvimento de competências que incentivem e estimulem o investimento em activos que possam ser diferenciadores em mercados globalizados e que crescem em geografias distantes da nossa.
Neste paradigma de procurar voltar atrás umas décadas e reindustrializar o nosso país, diminuindo o peso que o sector dos serviços tem na nossa economia surgiu há poucos dias uma notícia que nos deve fazer, no mínimo, reflectir sobre algo que está mesmo à nossa mão, ou melhor, “mesmo à nossa boca”.
Assim, segundo dados da Socialbakers o português tornou-se a língua que mais cresceu na rede social Facebook sendo, neste momento, a terceira língua mais utilizada naquela rede social. Para termos uma noção de escala, entre Maio de 2010 e Novembro de 2012, subiu de pouco mais de 6 milhões para 58 milhões de contas – quase 10 vezes mais do que há dois anos. A título de curiosidade a língua mais utilizada é o inglês, com quase 360 milhões de contas seguido do espanhol com 143 milhões. Imediatamente atrás da nossa língua está o francês com 44 milhões de utilizadores.
Ora, perante este facto poucos argumentos surgirão para rebater a importância que a Lusofonia tem como activo para o nosso país. Torna-se, por isso critico definir um plano de desenvolvimento e consolidação do ensino do Português pelo mundo, tendo nesse âmbito particular importância o papel do Instituto Camões, da Cooperação e da Língua.
O Português tem vindo a ter cada vez mais procura nas escolas de línguas e, mesmo em Portugal, temos um excelente exemplo de como esse activo foi determinante para a decisão de um investimento estrangeiro significativo no nosso país. Em Abril de 2011, a Laureate International Universities, líder global no Ensino Superior com 60 instituições em 29 países, adquiriu o ISLA Campus Lisboa, demonstrando que, para este grupo económico a operar mundialmente na área do ensino superior, deter uma instituição de ensino na pátria mãe da língua Portuguesa, era estratégico para a sua expansão mundial e crescente oferta de formação inovadora e de qualidade.
Quando nas campanhas de promoção do nosso país, aqui e além fronteiras, se procuram motivos que promovam e tornem o nosso país distinto de outras geografias e economias, porque não começar a juntar a nossa língua pois os números falam por si e como acima vemos, há cada vez mais pessoas no mundo a falar por nós.
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