O digital morreu

7 de novembro de 2014

O digital morreu

Miguel Figueiredo - CEO excentricGrey

É uma frase dramática. E muito provavelmente estão à espera que se siga um “mas” ou um “se”. Mas não. É mesmo isto. O digital morreu.

O digital morreu enquanto termo a utilizar na nossa gíria de marketeers e publicitários. E a razão é simples. É que hoje, o digital é tudo.

Se não, vejamos. Debaixo do conceito digital caem temas como

1. campanhas:

de display (vulgo banner);

Social media;

Filmes, que são hoje todos em suporte digital;

Microsites;

Ou search engine management

2. Mas também suportes:

Mobile;

Mobiliário de display;

Mobiliário tátil;

Mobiliário interactivo;

Ou mobiliário decorativo

3. Podemos referir-nos aos media

A TV que é hoje cada vez mais servida digitalmente;

A imprensa que é praticamente toda ela online;

As rádios que se ouvem cada vez mais via net;

Ou os novos meios para conteºudos multimédia, como o caso do youtube

4. Mas podemos também estar a falar de extensões de produto

Apps;

Ou Wearable technology

Ou criar novas experiências de marca, em termos de

Websites;

Realidade virtual;

Ou realidade aumentada;

Ou ponto de venda,

E-commerce;

Eye tracking;

Ou POS beacons;

Ou até mesmo de novas estratégia de pricing seguindo por exemplo, modelos econométricos sustentados no efeito Long tail.

A lista continua.

Aliás, a lista é tão vasta que é avassaladora. Por isso, hoje faz muito mais sentido falar não de digital mas de plataformas, de suportes, de media, de tecnologia, de ponto de venda, de produto, de branding, como aliás, se fazia antes da introdução da palavra “digital” no léxico desta indústria.

Portanto, quando alguém nos diz algo como “preciso desenvolver o digital na minha empresa”, continuamos sem saber o que pretende. É desenvolver um canal de vendas? Uma extensão de produto? Campanhas online? Social media? A presença mobile? Ficamos na mesma. O digital tornou-se hoje tão abrangente e tão presente em todas as vertentes do marketing, que perdeu o seu poder discriminatório. É um termo demasiado generalista. Hoje, o digital é praticamente tudo. E quando se é tudo, então também se é nada. O digital não existe. Morreu.

foto by hugovk, under CC license

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Comentários (3)

  1. Quem é como quem diz o que lhe apetecer. O digital não é necessariamente obrigatório para qualquer serviço, empresa ou comunicação. O digital é apenas mais um meio e muito vasto. Dizer que o digital morreu é a mesma coisa que dizer que o Homem não pensa. Caso encerrado.

    por: Luis Ribeiro,
  2. Um artigo inspirador. E no entanto, o mercado verdadeiramente Digital (o que corresponde ao conceito mais mainstream) teve que sobreviver com 6,6% de investimento publicitário em 2013.

    por: Manuel Faísco,
  3. Inspirador sem duvida. Irrealista no Portugal de 2014, mas inspirador.
    Só me vêm à memória a frase:
    “O homem torna-se muitas vezes no que ele acredita ser. Se eu continuar a dizer a mim mesmo que eu não posso fazer uma determinada coisa, é possível que eu possa acabar por me tornando realmente incapaz de o fazer. Pelo contrário, se tenho a convicção de que posso fazê-lo, vou certamente adquirir a capacidade de o fazer, mesmo que no inicio não a tivesse.” ― Mahatma Gandhi

    ou então esta:
    “I’m Nobody. Nobody’s perfect. Therefore, I’m perfect .”

    por: Nuno Silva,

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