Todas as marcas mudam. Por mudar entenda-se evoluir, acompanhar o universo que as rodeia, renovar os seus valores, a sua postura.
Um caso de metamorfose notório é o da Nokia, que em finais do século XIX fabricava de polpa de celulose e daí passou a produzir jornais, depois sapatos, bicicletas, pneus, cablagens e geradores elétricos antes de se virarem para os aparelhos de telecomunicações nos anos 60. O karma é terrível, depois de terem dominado o mercado dos telemóveis por alguns bons anos, estão outra vez na mó de baixo. Entretanto, tendo em conta o seu histórico de adaptação, é de se esperar que voltem à tona, eventualmente com uma guinada para outro segmento de mercado.
Algumas grandes marcas com as quais eu cresci já desapareceram. Quando me cruzo com algum Saab na estrada ainda estranho o fato de ter sido obrigado a pôr na garagem, devido a uma derrapagem financeira, tudo o que essa marca de automóveis escandinava representava em termos de arrojo tecnológico e de design.
A Adidas ia perdendo a corrida para a Nike, quando se lembrou de mudar de tática. Ao invés de acordar cedo para treinar e competir com outras tantas marcas desportivas, porquê não ir para a night e ocupar um território mais fashion oriented?
Mas as mudanças têm o seu risco. Em 1985 Coca-Cola arriscou mudar a fórmula do seu elixir passados 100 anos da sua invenção, ia tendo uma paragem de digestão comercial, arrotou o falhanço e deixou-se logo de bobagens, optando por diversificar a oferta. Mudar é preciso. Mas com tino.
As pessoas, que também são marcas, também mudam. O Papa Bento XVI anunciou a sua resignação um dia depois de eu ter anunciado a minha, mas não foi combinado. Juro por Deus. Até porque ele vai descansar e eu vou fazer exatamente o contrário. O fato é que ambos tínhamos uma posição estabelecida, salvo as devidas proporções (a dele até era vitalícia, ‘acho’ que a minha não), e resolvemos nos desviar do caminho mais previsível.
Coincidentemente tomei uma atitude concertada com o tema deste ano do CCP (que recentemente deixei de presidir), e saí da minha zona de conforto. O meu percurso profissional foi muito ligado às duas empresas onde trabalhei anteriormente e que a dada altura se uniram dando origem à Brandia Central; e parecia natural que continuasse vinculado a ela, uma empresa que, cômputo geral, tem quase 30 anos de existência e sempre foi uma escola de talentos, mas optei por mudar. Acredito que continuará a ser uma referência, porque saberá se reestruturar face à realidade do mercado.
Quanto a mim, fecho um ciclo e inicio outro com enorme entusiasmo.
Criativo e assertivo como sempre! Grande Mandaca! Já tenho saudades de trabalhar ctg! Muita Força nesta nova aventura! A sorte protege os audazes, que ela esteja ctg!
força Sr. Presidente