As marcas próprias são objeto de alguma controvérsia no mundo do marketing e das vendas, muitas vezes olhadas, pelas marcas de produtor, como um concorrente que perverte o mercado e/ou um elemento que distorce as negociações. Contudo se as olharmos do lado das marcas de retalho, estas são simplesmente uma extensão de marca.
Em minha opinião as marcas próprias são um movimento natural das marcas de retalho que recuam na cadeia de valor (até à produção), como forma de garantir um efetivo reforço da sua marca, apresentando aos seus consumidores, não só os serviços próprios do retalho, mas também um conjunto de produtos que ajudam a materializar valores como a qualidade e a diversidade de oferta. Ou seja a sua designação deverá ser marcas de retalho e não marcas próprias.
Note-se que movimento idêntico, mas no sentido inverso, tem sido efetuado por algumas marcas de produtor, abrindo as suas próprias lojas, as flagship stores. Neste caso procurando que a experiência do consumidor no ato de visita à loja e no processo de compra reforce o valor das suas marcas através de novas sensações e do relacionamento humano.
Ambos os movimentos referidos ao longo da cadeia de valor são legítimos numa ótica de gestão de marcas, aliás necessários a uma boa gestão das mesmas, não devendo por isso ser entendidos como uma perversão de mercado ou outra qualquer ação negativa ou menos licita, mas antes como uma decisão de gestão que deve ser considerada nas análises de concorrência e do meio envolvente.
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