Levar a carta para Garcia

17 de fevereiro de 2017

Levar a carta para Garcia

Nuno Pinto de Magalhães, Presidente do ICAP

Sempre ouvi em casa e tenho recorrentemente usado na minha vida profissional a necessidade de sermos e termos colaboradores que saibam levar a carta a Garcia!

Esta máxima baseia-se numa história da guerra de Cuba, quando o conflito rebentou entre Espanha e os Estados Unidos! Era necessário entrar rapidamente em contacto com o chefe dos insurretos cubanos. O general Garcia encontrava-se nas montanhas da ilha de Cuba, mas ninguém sabia onde. Não havia forma de comunicar com ele, nem pelo correio, nem pelo telégrafo, nem por outra via, na altura não havia telefones, nem satélites, nem emails…! O presidente dos EUA tinha que assegurar, com a maior urgência a sua cooperação, como fazer?

Houve alguém que sugeriu um homem, de seu nome Rowan, que se chamou e deu-se-lhe uma carta para entregar a Garcia…Rowan pegou de imediato na carta, guardou-a, meteu-se num barco para Cuba, penetrou sozinho na selva, atravessou a pé a ilha de um lado para outro e ao fim de 3 semanas entregou a carta a Garcia….

Mais do que contar esta história como se passou “o learning” como agora se diz, da mesma é a atitude do Rowan ao receber a carta para entregar a Garcia, não ter perguntado “onde é que ele se encontra?” E mais uma serie de perguntas e questões típicas “quem é Garcia? Não sou pago para isto! e os riscos estão cobertos? E a minha compensação será? E porquê eu e não outro? Há pressa? e o que diz a carta? E se eu for apanhado pelos inimigos? Já tinha férias marcadas! posso assegurar na semana que vem?…

Certamente que este caso nos provoca, e todos nós já passámos por situações idênticas, mas o caminho é traçado por aqueles que estão ao serviço de forma determinada e objetiva, no sentido de atingir resultados, concentrando as suas energias a fazerem o que tem que ser feito e não por uma série de empatas/burocratas que dificultam o fazer e paralisam a atividade, a energia e o desenvolvimento dos que querem avançar, e infelizmente não são “uma raça em extinção”

Nos nossos tempos vejo os empreendedores das Startups como Rowans, que tratam das suas ideias e projetos como levassem cartas a Garcias, com toda a resiliência e espírito de missão. Sabemos, e eles sabem, que muitos ficam a meio, por vicissitudes várias, mas vale a pena pelos que chegam ao fim e que alcançam o seu objetivo.

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Por Nuno Pinto de Magalhães

Comentários (2)

  1. a atitude de Rowan é equivalente a um assistente social

    por: RIQUICHO,
  2. AjPG

    por: spFr,

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