Bem sei que dizer em 2015 que a importância da comunicação em suportes mobile é cada vez maior pode parecer uma verdade de “La Palice”, no entanto, o impacto que isso terá na actual estrutura de meios de comunicação poderá causar uma verdadeiramente revolução no seu modelo de negócio.
Recentemente tive a oportunidade de visitar alguns países do Sudeste Asiático e o que pude constatar é que a utilização de smartphones é massiva. Apesar de serem sociedades estruturalmente e economicamente bem diferentes das Europeias/Ocidentais, o certo é que a relação dos cidadãos, de qualquer classe social, com os smartphones nas suas multiplas funcionalidades do lazer ao trabalho, do entretenimento à máquina fotográfica é já feito sem qualquer barreira económica ou social.
O que se pode observar, por exemplo nos transportes públicos, é que nas mãos dos utilizadores desses transportes onde habitualmente existiam livros, jornais, revistas seja nas viagens, seja em momentos de espera, hoje vêem-se modernos, rápidos e grandes telefones. De dentro dos práticos aparelhos saem filmes, novelas, noticias, desporto, videoclips entre muitos outros conteúdos.
No nosso país os consumos têm crescido a ritmos muito altos – no final de Setembro último, havia 4,5 milhões de utilizadores que usavam a internet móvel, +14,9% do que no trimestre anterior, registando-se o crescimento mais alto de sempre. A adesão aos smartphones e os pacotes de serviços explicam o movimento. 3,5 milhões acedem através de telemóveis – Aliás, a evolução da banda larga móvel tem sido impulsionada pelo aumento do número de utilizadores de smartphones, que nesse trimestre já representavam 47,1% do total de utilizadores de telemóvel (um crescimento de 8,7 pontos percentuais face ao período homólogo).
A este ritmo muito em breve o cenário do Sudeste Asiático será também o nosso e nessa altura também os jornais, os livros, as revistas e mesmo os meios audiovisuais terão sofrido da transferência de consumos dos seus conteúdos para outra plataforma que não a rádio, o papel ou a televisão.
É importante aos anunciantes perceber como podem atingir estes consumidores e aos meios como podem não perder audiências e receitas face a estes novos suportes. O desafio é critico e na sua optimização poderá estar o futuro do negócio da media.
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