Miguel Rangel, Director Comercial, Desenvolvimento e Comunicação da Fundação de Serralves

John Steinbeck foi um novelista norte-americano vencedor do prémio Pulitzer e do Nobel da Literatura em 1962. Escreveu várias obras famosas como “A Leste do Paraíso ou “As Vinhas da Ira”. Nunca foi um publicitário ou um marketeer, porém um dos seus pensamentos bem podia inspirar estas bem contemporâneas profissões.

Na realidade – “If a story is not about the hearer, he will not listen” – define numa frase o segredo das boas campanhas – aquelas em que muito rapidamente vemos um anuncio e pensamos para nós mesmos…”é mesmo assim”; “podia ser eu”; “bem visto”; estas são as campanhas mais eficazes, aquelas que fazem o leitor, espectador, ouvinte rever-se imediatamente dentro da história e por essa razão mais facilmente a recordam e aos produtos ou marcas envolvidos.

Creio que numa sociedade onde a expressão individual tem cada vez mais força e onde um individuo, mais do que nunca, consegue mobilizar massas através de meios próprios, as marcas que apostarem em boas histórias para contar a sua são mais bem sucedidas – e quanto mais comuns melhor…

Saltando de tema, mas reforçando o racional por detrás, assistimos na cerimónia dos óscares de Fevereiro passado à atribuição dos prémios de melhor actor e melhor actriz precisamente a dois filmes que contam as histórias reais de vida que podia ser a nossa ou de alguém próximo de nós…nem mais, nem menos aspiracionais mas acima de tudo reais e por isso nos tocam, porque nos sentimos dentro daqueles papeis e por isso nos lembramos delas e por isso são valorizadas.

Moral desta história…”ponha-se nos sapatos” de quem pretende que recorde a história que tem para contar e verá como muito mais claramente conseguirá ser bem sucedido.

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