Hoje, Dia 16 de Maio de 2014 cumpro 47 anos de uma vida cheia de altos e baixos, como todas, cheia de erros como todas, que vão resultando em muitas aprendizagens, como algumas.
Uma das coisas mais importantes, senão a mais importante que aprendi é que a verdade é, quase sempre, muito inconveniente e tem a estranha propriedade de, quando exposta nua e crua a interlocutores da mesma espécie que nós, ou seja, outros seres humanos, constituir ofensa grave, dolorosa e potenciadora inevitável de zangas e desentendimentos de todos os tipos.
Hoje faço 47 anos de convívio com a verdade e com a sua Nêmesis, o que significa também 47 anos a magoar pessoas, conhecidas, desconhecidas, amigas e familiares. a deixar marcas incomodadas e agraciadas, profissionais de várias índoles ofendidos ou agradecidos.
Desde que aprendi o valor da verdade, ela passou a ser uma das coisas mais importantes na minha vida e tudo o que fiz e faço, faço-o com toda a verdade que conseguir enfiar no que quer que seja que estou a fazer, por muito difícil que seja encontrá-la e por muito inconveniente que ela possa ser.
Sei que há várias verdades, porque também tenho 47 anos de experiência em comunicação humana e 47 anos a aprender que ela é virtualmente impossível, simplesmente porque todos temos contextos diferentes e entendemos o mundo de forma também ela diferente. Por isso mesmo, temos de pegar nos valores mais importantes e inequívocos e desenvolver as nossas personalidades, das pessoas e das marcas, à volta deles. Ora um dos valores mais importantes para todos, é sem dúvida alguma, a verdade, seja no seu estado positivo ou negativo. Qual preferem?
Eu prefiro ser verdadeiro nas minhas criações, procurar sempre a coisa mais verdadeira em que posso pegar e torná-la também verdadeira para as pessoas para quem estiver a criar. Sou verdadeiro a educar os meus filhos, muitas vezes contra a opinião da mãe, que acha que às vezes é melhor deixá-los às escuras. Sou verdadeiro nas coisas que escrevo, nas coisas que partilho nas redes sociais, nos bonecos que faço, nas bocas que mando, na parvoíce natural. Sou verdadeiro nas opões políticas. Sou verdadeiro nos meus vícios, nos meus disparates, nos meus problemas e nas minhas virtudes. Cometo erros de verdade e verdadeiros, mas também os assumo com verdade. E também sou verdadeiro nos negócios e por isso, não sou, nunca fui nem nunca vou ser grande coisa a fazê-los.
A nossa sociedade não lida bem com a verdade e por puro amor, amizade, preocupação ou até paternalismo, são muitos os conhecidos, amigos e familiares que me aconselham a não dizer tudo o que penso, a não ‘reportar’ nas redes sociais tudo o que observo, a não ‘meter a boca no trombone’ com tanta facilidade, ou seja, para não ser tão verdadeiro. Agradeço do fundo do coração a preocupação e os conselhos, mas a minha verdade é aparentemente diferente da vossa e simplesmente eu não quero prescindir dela.
Muito mais do que ser rico, socialmente aceite, profissionalmente bem sucedido ou politicamente correcto, quero viver com a verdade e de verdade. Com a minha, que é a única que tenho e com todas as consequências que o seu assumir possa provocar.
Tudo isto para, do alto dos meus novos 47 anos vos aconselhar apenas a procurar a verdade, a aceitá-la e a saber viver com ela. A pô-la em tudo o que fazem, nas vossas marcas, nos vossos produtos, nos vossos negócios, nas vossas relações, e nas vossas conversas, principalmente nas que tem com vocês mesmos.
E como os 47 anos também me trouxeram alguma sabedoria, tenho um novo mantra, baseado num fabuloso soundbite do actor Robert Downey Junior que numa circunstância que desconheço disse esta pequena maravilha, tão cheia da minha verdade: ’LISTEN, SMILE, AGREE, AND THEN DO WHATEVER THE FUCK YOU WERE GONNA DO ANYWAY’. Tão bom. Tão verdadeiro.
Mesmo que amanhã tudo isto não seja bem assim, só por hoje, é a mais pura das verdades.
Gostei. Tenho muito mais que 47 anos e hei-de continuar a subscrever.
Vou partilhar a súmula final:
’LISTEN, SMILE, AGREE, AND THEN DO WHATEVER THE FUCK YOU WERE GONNA DO ANYWAY’
Obrigada, João Geada
Tu és uma marca em quem se pode confiar, ponto!