A formação não presencial há muito que existe como uma opção para uma pessoa se educar numa determinada competência técnica. Desde os livros orientados aos autodidactas, aos cursos na internet, passando pela tele-escola ou a universidade aberta, na Tv. Mas admitamos, nunca foi propriamente reconhecida, quer no meio académico, quer no meio profissional, a não ser como um complemento a uma licenciatura.
Portanto, para quem quer trabalhar nas empresas, organizações ou instituições top da sua área, nada como uma licenciatura ou curso profissionalizante, feito presencialmente, numa sala de aula, com professores. E este sentimento perdura, apesar dos inúmeros escândalos que põem em causa a qualidade do ensino feito em algumas das universidades de maior notoriedade, apesar da recorrente reclamação contra o excesso de alunos em sala de aula, que obrigam a um ensino completamente indiferente às características pessoais de cada aluno, apesar dos cada vez mais reduzidos budgets e investimentos nas universidades públicas, e apesar da indignação que muitos alunos sentem para com alguns professores que nunca o deveriam ter sido, pois claramente não têm o perfil ou as competências para ensinar.
Um novo paradigma está no entanto a surgir. Um novo paradigma, onde um grupo de professores pegou no melhor que há do ensino presencial, juntou ao melhor que há da internet e produziu um novo conceito de formação. E porque esse grupo de professores é altamente qualificado e tem o patrocínio de algumas das mais reconhecidas universidades do mundo, eu acredito que estamos a assistir ao princípio de uma nova era na educação.
A sua missão não podia ser mais nobre e ambiciosa: Tornar acessível a todos a educação de excelência.
O modelo que seguiram foi o de um site com cursos online: https://www.coursera.org/
O seu formato é no entanto muito diferente de todas as outras ofertas habituais de cursos online. Eis porquê:
- São cursos que têm a chancela de diversas universidades de renome, como Stanford ou Princeton
- O formato base é o de vídeo. Mas depois tem diversas outras componentes, com gráficos, textos, perguntas, etc.
- As aulas têm uma duração adaptada à capacidade de atenção máxima (cerca de 20 minutos).
- Alunos com menos bases podem ter aulas adicionais que explicam as componentes mais básicas.
- As aulas têm exercícios práticos que têm de ser realizados, ou o aluno não avança.
- Com base no tipo de respostas erradas mais comuns, pode haver vídeos suplementares a explicar que tipo de erro se está a cometer.
- As aulas são libertas com uma determinada cadência, o que obriga a um determinado ritmo de trabalho pretendido.
- Existem exames
- A utilização do curso por parte dos alunos é constantemente monitorizada com o objectivo de introduzir melhorias no processo.
- e são gratuitos. Sim, é isso mesmo, gratuitos.
Para quem quer saber mais, recomendo ver a TED talk dada por uma das fundadoras:
http://www.ted.com/talks/daphne_koller_what_we_re_learning_from_online_education.html
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