Adeus à comunicação de marcas, olá à comunicação de pessoas

23 de junho de 2016

Adeus à comunicação de marcas, olá à comunicação de pessoas

Miguel Figueiredo, Coach, Mentor e Keynote Speaker

Este é o artigo mais pessoal que escrevi ao longo dos 6 anos que colaborei com o Imagens de Marca.  É também o último…

Este artigo coincide com o fim de um ciclo na minha vida. No final do ano passado e depois de 20 anos de carreira dedicados em grande parte ao Marketing e à Comunicação de Marcas, vendi a minha participação na agência que ajudei a criar há 10 anos atrás e dei inicio a uma nova etapa.

Nesta nova etapa, vou dedicar o meu tempo e energia a duas atividades que gritavam por maior atenção da minha parte. A primeira corresponde a um já antigo sonho meu. O de transformar Portugal num centro de produção digital para o resto do mundo. Acredito profundamente que nós reunimos as melhores condições em termos de talento e preço para que isso aconteça. Tentei desenvolver esta oportunidade no passado mas sem sucesso. Hoje e com o apoio do grupo WPP, quero tentar novamente. Os primeiros resultados são muito encorajadores, mas são só os primeiros. Cabe-me a mim e à equipa fantástica com quem tenho o privilégio de trabalhar transformar esses primeiros resultados num estrondoso sucesso. Os dados estão lançados!

Mas este é apenas um dos dois desafios a que me dedico agora. O segundo, corresponde a uma paixão descoberta mais recentemente, embora há muito more em mim. Trata-se da paixão por ajudar os outros a se desenvolverem, a crescerem e a trazerem ao de cima aquilo que têm de melhor. A partir de Janeiro deste ano, comecei a dedicar-me de uma forma mais intensa às atividades de coaching, mentoria, formação e inspiração.

E o que isto significa concretamente? Esta é a minha premissa:

Todos temos potencial. Quando desbloqueado, esse potencial é libertador e o ser humano é capaz de alcançar o inimaginável. Se todos nós funcionássemos com todo o nosso potencial máximo permanentemente ativo, a raça humana já teria evoluído mais mil anos. A questão é que o mundo em que vivemos é complexo e ao nível do indivíduo, essa complexidade transforma-se em distrações que o desviam, o desfocam, o desconcentram. E muitas vezes, no meio do barulho das luzes, todo esse potencial é desperdiçado. Ou pelo menos, grande parte dele. E quando isso nos acontece, nós sentimo-nos como que no meio de um oceano, à deriva, num dia de tempestade e sem saber para onde ir.

Mas não precisa de ser assim. Com o apoio certo, nós conseguimos desbloquear o dom da  clarividência e das águas turvas da vida, conseguimos, lentamente começar a ver um palmo à frente do nariz. E depois dois. E assim sucessivamente até que de repente apercebemo-nos que afinal boiamos num lago com as mais cristalinas águas e debaixo de um céu azul e limpo. E que tudo o que precisamos fazer para alcançar a margem desejada é calmamente dar uma braçada de cada vez, com convicção, com desejo inabalável e com ações ritmadas, metódicas, resilientes e sempre com um olho na dita margem, para que rapidamente alcancemos o nosso destino.  Quando damos a primeira braçada e percebemos que nos estamos a mover na direção certa, sentimos a aceleração e a energia a percorrer todas as fibras do nosso ser, estimulando-nos e dando-nos forças para continuar. É o nosso potencial a ser desbloqueado. E quando este é desbloqueado, sabemos, com toda a segurança, que é como se já tivéssemos naquela margem.

Em todos este processo, quem faz todo o trabalho somos nós. Quem define a margem a que queremos chegar, somos nós. Quem tem a capacidade de desbloquear o nosso próprio potencial, somos nós. Mas só o conseguimos fazer depois da clarividência. E a clarividência apenas veio porque tivemos o tal apoio certo. Eu quero ser esse apoio. E quero ser esse apoio sobretudo através do coaching.

Foi esta visão, que me surgiu há cerca de um ano atrás através do apoio que eu próprio tive de um outro coach – a minha mulher,  e que desbloqueou em mim a paixão pelo coaching.  Há muito que o praticava, na gestão das minhas equipas, só não o chamava pelo nome. Mas foi quando fui introduzido ao mundo do coaching certificado que me apercebi do poder que o coaching tem na provocação da tal clarividência, que se manifesta sob a forma de consciencialização de determinadas realidades que estavam à frente do coachee mas que por alguma razão este não as conseguia ver. São portanto estes momentos e tudo aquilo que antecede na preparação destes momentos – as perguntas poderosas, a entrada no mundo do coachee através da escuta ativa e okness, a construção da confiança, a definição de uma intenção e o respeito por um processo, que me fascinam e atraem para um universo que não me sendo novo, foi-me agora mostrado debaixo de uma nova luz.

O coaching e a aprendizagem de todo o processo de coaching libertou em mim um propósito, uma vontade e uma energia que jamais poderão voltar a estar contidos. Eu nasci para ser coach.

A minha missão? ajudar os outros a libertarem todo o seu potencial e a tornarem-se na melhor a versão de si próprios.

Esta mudança profissional que agora faço, possa embora ser vista como radical, eu na realidade vejo-a como muito natural. Isto porque o tema de fundo a que tenho dedicado a minha carreira continua a ser o mesmo: o tema da comunicação. Porque é de comunicação que falamos quando falamos de desbloquear potencial ou quando falamos de convencer outros a investir em Portugal.  Tudo se resume a comunicação. Comunicação interior, connosco próprios e comunicação com os outros. A base é a mesma, a das ciências humanas e sociais. Muda “apenas” o tema. E se até agora colocava o meu talento ao serviço das marcas, ponho-o neste momento ao serviço das pessoas e das organizações.

É pois com o meu tempo dividido entre estas 2 missões que me sinto sem focos para escrever os artigos no Imagens de Marca, com a dignidade e competência que os seus leitores merecem. E daí este ser o meu último artigo.

E não podia terminar a minha colaboração sem uma nota de agradecimento. Agradecimento à Cristina Amaro, pelo gentil convite que me fez para aqui escrever. Agradecimento a toda a equipa da I’M in Motion, pela forma profissional e muito simpática com que sempre lidaram comigo. Agradecimento à Ana Pinto Coelho, minha mulher e tantas vezes maravilhosa musa que me inspirou nestes artigos e na vida em geral, e, um último mas não menos importante agradecimento a todo o público de profissionais que seguiu os meus artigos de opinião, que participou e se envolveu nos temas que aqui falámos e assim permitiu que este espaço se transformasse num pequeno contributo para a contínua melhoria do marketing e da comunicação de marcas que se faz em Portugal.

Muito obrigado a todos e se quiserem seguir as minhas próximas aventuras, podem sempre encontrar-me aqui.

Até sempre!

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