Tive o privilégio de estar por perto quando começou o boom dos festivais de música – ou festivais de Verão –, nos finais dos anos 90. A organização de festivais de música é uma área onde, sem qualquer hesitação, acredito que Portugal está entre os melhores do mundo.
A evolução dos festivais de Verão foi incrível. Super Bock Super Rock, Sumol Summer Fest, Rock In Rio, Optimus Alive, Sudoeste TMN, o então Delta Tejo, Vodafone Paredes de Coura, o Mexefest… são inúmeros os festivais que, ano após ano, se tornam casos de sucesso de entretenimento, marketing, diversão, turismo.
O caso do Optimus Alive é gritante. É já um dos cinco melhores festivais da Europa, apostou em qualidade e tem tido o retorno – quer em estratégias de marketing de dezenas de empresas quer em visitantes.
O Optimus Alive é a prova que compensa investir em qualidade. Que compensa ter um conceito sólido e, aliar a este, uma incrível execução. O festival de Álvaro Covões é tudo isto: é ter um dos melhores festivais de música do mundo a minutos do dia-a-dia de um milhão de portugueses, é ter o Tejo perto e, quase sempre, uma fantástica organização: concertos a começarem a horas, feedback aos visitantes ao minuto, centenas de bandas e a sensação, a quem vai, de que está sempre algo do seu agrado a acontecer.
Destaco, nos últimos anos, o aparecimento do Optimus Primavera Sounds, no magnífico Parque da Cidade, no Porto, do Mexefest – um festival de Verão no Inverno – e do reaparecimento em grande do Vodafone Parede de Coura.
O primeiro é uma grande ideia, ainda que óbvia. Todos os anos, milhares de portuenses desciam até Lisboa para ouvir as suas bandas favoritas. O Optimus Primavera Sounds responde a esta obsessão do Norte pela música. Aliás, bastava ir a Paredes de Coura, lá para Agosto, para perceber este amor entre a região Norte e a música.
O Paredes de Coura, agora com novo patrocinador, reganhou muito do seu passado festivaleiro. É um dos históricos festivais de música de Portugal, com um cenário natural de fazer inveja aos festivais estrangeiros.
O Mexefest, ainda que tenha perdido hoje algum do seu balanço inicial, é uma boa ideia para matar as saudades da música ao vivo, no Inverno, e numa zona da cidade que merecia mais atenção.
Aqui, Portugal tem razões para se orgulhar.
Pessoalmente não concordo com o facto do Optimus Alive ser um dos melhores festivais da Europa. Só se for no papel, porque continuo na opinião que traz 2 bandas boas e o resto são chouriços para encher a tarde. E um festival que esteja nos 5 melhores da Europa, nunca na vida começa os concertos às 17 ou 18h… Um bom festival traz qualidade e quantidade, a começar cedinho pela hora de almoço. Obriga-me portanto a investir em festivais lá fora, gasto menos para o que vejo, e mais qualidade a curto prazo