“Os jornalistas podem ser rudes, obcecados por si próprios e pensam que o mundo gira à sua volta”. Não sou eu quem o digo mas Tim Johns, produtor do programa Jeremy Vine, da BBC Radio 2.
Jonhs, que faz a triagem dos temas que entram no programa de rádio – que discute a actualidade britânica em duas horas, no total de quatro temas abordados –, escreveu um texto no PR Week que procura dar aos consultores de comunicação juniores – a todos, na verdade – dicas sobre como evitar que a sua proposta seja imediatamente posta de lado. Em segundos, podemos depreender.
Segundo Johns, a maioria das propostas de consultoras de comunicação são “absolutamente horríveis”. O produtor não é meigo na forma como se refere às consultoras de comunicação britânicas, mas as suas dicas ultrapassam as fronteiras da ilha e podem ser aproveitadas pelos consultores de comunicação de qualquer país. Portugal incluído.
A estas oito dicas – que adaptei para este artigo – juntei mais duas, fruto da minha experiência profissional. Espero que não me considerem arrogante pela audácia.
1.Abordagens curtas e sucintas
“Vendam a vossa história numa única frase. E façam o follow up nas três linhas seguintes, para a contextualizarem. Podem acrescentar mais alguns detalhes, claro. Mas não escrevam nenhum ensaio”
2.Não enviem anexos
“Quando leio ‘segue em anexo um Press Release’ apago imediatamente o email”
3.Nada de HTML
“Ainda há consultoras a criarem Press Releases criativos em HTML, com fotografias e isso tudo. É mais fácil apagar o email que fazer o download das imagens”
4.Personalizem
“Não quero nada do género: ‘Espero que esteja tudo bem contigo’, mas gosto que saibam com quem estão a falar e personalizem o email. Googlem o jornalista. Se eles estiverem no Twitter ou Facebook, percam alguns minutos a segui-los”.
5.Conheçam o programa (ou o jornal, TV, etc)
“Quando me enviam propostas de temas que nunca irão ser debatidos no programa, acabo por ignorar a consultora de comunicação para sempre”
6.Nunca ponham o assunto do email em maiúsculas
“Os emails serão imediatamente apagados”
7.Não inventem pesquisas (a gosto)
“’Cara Rádio Lincolnshire, 67% das pessoas da East Midlands sentem-se mais deprimidas em Janeiro. Querem falar com um especialista em psicologia?’ Não”.
8.Não liguem
“Não posso falar por todos, mas todos os meus colegas da BBC preferem ser contactados por email em vez de telefone. Todos temos prazos a cumprir e o telefone toca sempre na hora errada. Um email pode ser visto em alguns segundos que temos livres”.
As minhas dicas
9.Leiam as notícias do meio
Mantenham-se informados sobre o que está a fazer a vossa concorrência (profissionais e empresas). Leiam o Imagens de Marca, Meios & Publicidade, Marketeer, Dinheiro Vivo ou Briefing, em Portugal, mas também para a PR Week ou Adage.
10. Diversifiquem as competências
A rápida evolução do sector da comunicação obriga-nos a uma formação permanente e a desenvolvermos novas competências. Há 20 anos tínhamos profissionais de PR e comunicação a desenvolverem uma única função específica. Hoje, a polivalência é rainha.
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