As marcas de Marraquexe

25 de janeiro de 2013

As marcas de Marraquexe

Chegámos mais cedo a Marraquexe. Pouco passava das 17H quando o pequeno avião da Royal Air Marroc aterrou no aeroporto da cidade. Ainda fomos a tempo de ver o sol, que já se preparava para se esconder atrás das montanhas do Atlas, ser rasgado pelas hélices do bimotor que nos levou de Casablanca vindos de Lisboa. Viagem curta, sem sobressaltos… Tão curta como ir de Lisboa ao Porto.

Com alguns italianos a bordo o percurso tinha sido mais animado nesta última etapa. É inevitável se fazerem ouvir quando se entusiasmam nas conversas com os amigos… Estavam empolgados com os dias de férias que os esperavam no país, e ao que percebi, não era a primeira vez. Faz parte, diz quem trabalha no Turismo do país: “Quem gosta de Marrocos nunca deixa de voltar”.

A mim esperavam-me dias de trabalho. Claro que também estava entusiasmada, como sempre estou num trabalho ao qual me entrego (e sendo este o nosso primeiro episódio de uma nova estreia do IM, ainda mais…), até porque era a minha primeira vez em Marraquexe, e lá fomos rumo ao hotel Marrakech Ryad Parc & SPA.

A viagem pelos 5 sentidos começa com um magnífico jantar no restaurante Palais Arabe, bem no centro da cidade, onde nos receberam na mesa de honra. Éramos 3 mulheres, sozinhas por enquanto, já que nos iríamos juntar à equipa de reportagem de viajava de norte para sul do país. Eu, Esmeralda Neto (nossa maquilhadora há anos e nestas emissões também a autora dos vários desenhos que retratam situações e momentos especiais da viagem, como o que está abaixo) e Sílvia Lopes, representante do Turismo de Marrocos em Lisboa.

No centro da sala, bem de frente para nós, estavam os animadores da noite que tocavam e cantavam sentados numas cadeiras antigas e leves, que mudavam em função da mesa à qual se queriam dirigir, como se nos quisessem brindar de forma especial. Foi uma recepção muito agradável, com uma prova gastronómica que nos levou aos sabores mais típicos do país. No final, o chá servido a rigor aconchegou-nos a alma naquela que era a nossa primeira noite fria no norte de África. Os 6ºC marcados no iPhone não enganavam…era mesmo preciso cachecol e luvas quando o sol se ia deitar!

Quando saímos vivemos a nossa primeira experiência marroquina… Milhares de pessoas, imóveis e em silêncio, umas sentadas em motas, outras em bicicletas, outras simplesmente de pé…todas com os olhos numa tela gigante onde passava um filme árabe. Estavam a assistir a mais uma exibição no Festival de cinema de Marraquexe que, gratuitamente, ao longo de uma semana, enchia o coração palpitante da praça Jamaa El Fna…

Apenas os sons do filme se faziam ouvir e nós fomos atravessando, pelo meio da multidão, aquele lugar que parecia estar em modo stand-by… E estava! Quando de repente se vê na tela THE END, todas as pessoas se moveram, em simultâneo, e começaram a abandonar o local. Motas, bicicletas, burros, pessoas a pé, de carro, no meio da praça, à volta, em todas as direções….apitavam, equilibravam-se em cima das motas para se desviar dos obstáculos, pediam para se os transeuntes se afastarem lá do cimo da charrete…ali percebi que estava em Marrocos!

Aquele caos organizado é imagem de marca do país. Já tinha percebido que assim era na viagem do aeroporto para o hotel e do hotel para o centro da cidade…mas semelhante aquele momento, nunca tinha visto nada!

Com o tempo percebi que é também isso que faz muita gente se apaixonar por aquele destino turístico. Chamam-lhe exotismo e dizem dar-lhe um charme especial… E tem. Marraquexe tem um charme especial. Nas vestes, nos cheiros, nos contrastes, nas cores, nas vivências e tradições. Isso é uma das coisas que vai encontrar na emissão, mas há muito mais que o vai encantar em Marrocos… Não pode mesmo perder!

Fotos: Cristina Amaro e Vanda Jorge

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Cristina Amaro, Diretora Editorial e Pivot Imagens de Marca

Comentários (1)

  1. Parabéns pela vossa nova iniciativa.
    Sempra a IM a surpreender
    Muito interessante. E serviu para recordar essas emoções que vivi há já alguns anos. De facto Marrocos gera em nós uma forte atracção e ao mesmo tempo um ‘molho’ de recordações. Abr

    por: M. Barata Simões,

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