Com o final do ano, chega também o habitual período de revisão e análise dos principais factos e acontecimentos. Sem querer fugir à tradição, deixo-vos a minha lista das 10 melhores histórias publicitárias de 2013.

Este ano foi muito rico para a publicidade. É um ano onde se nota claramente uma mudança de forma e conteúdo. A publicidade, a boa publicidade, sempre viveu de histórias. Acontece com o passar do tempo, com a mudança de hábitos dos consumidores, bem como o seu maior estado de informação, as histórias contadas pela publicidade deixaram de ser interessantes. Faltava-lhes profundidade e adequação aos actuais meios. Em 2013, assistimos pois à revolta dos espíritos inconformados da publicidade e um regresso da relevância às histórias publicitárias. Assistimos também a um adequar dessas histórias à realidade e hábitos das pessoas na actualidade.

Mas julguem por vós próprios. Aqui estão, na minha opinião, as 10 melhores histórias publicitárias de 2013:

10. Truemove, Tailândia

A história tem um fim previsível. Mas não deixa de ser significativo ver um pais como a Tailândia que não tem tradição em storytelling cinematográfico, a produzir um vídeo com esta força e valores de produção.

9. Guiness – Basketball

Uma história com todos os ingredientes: dramatização de uma situação marcante, emoção, fim inesperado e uma mensagem simples mas que nos toca na alma, e que reflecte o posicionamento da marca.

8. Girls don’t poop

Este ano foi marcado pela entrada em grande no universo publicitário de segmentos de produtos que tradicionalmente não investiam em publicidade – pelo menos não em publicidade que rivalize com o que de melhor se faz. Mas foi o que a pouporri fez. E a história não se fica pelo vídeo. Convido-vos a ver o site da marca e vejam como este vos conduz para a compra deste inovador e convincente produto.

7. Three, UK – The Poney

As operadoras de telecomunicações estão tipicamente entre os maiores anunciantes. Não é fácil por isso encontrar um ângulo que lhes permita destacarem-se. A Three conseguiu recorrendo a um gimmick – um pónei, que se tornou verdadeiramente viral. O interessante, é que souberam explorar bem a história, que começou num vídeo/anúncio, mas que migrou para uma plataforma Web para enviar cartões de natal e se transformou num icon diferenciador no site da marca.

6. Evian – Baby & Me

A utilização de Bebés na publicidade sempre foi uma garantia de notoriedade e empatia. Mas num mundo cada vez mais povoado de filmes e pequenos vídeos de bébés, é possível uma marca distinguir-se? A Evian consegue. E fê-lo uma vez mais, numa história divertida, memorável e absolutamente proprietária.

5. Skype – Two girls

Sim, a história é batida, pirosa e muito manipuladora. E o produto em causa (videochat) nem sequer resolve o problema apresentado (distancia física). Mas funciona. E funciona porque é real. Porque é sentida. Este vídeo, com mais de 3 minutos mostra o poder das histórias reais na publicidade, quando muito bem contadas.

4. Budweiser – Meet Hope

É uma americanada pegada. Admito. Mas  é brilhante o facto de não se terem ficado pelo vídeo. O terem continuado a história, pedindo às pessoas para darem um nome ao potro foi um truque simples mas altamente eficaz.

3. Robisons – Pals

Numa era em que tudo o que é artificial é altamente atacado, Ter um sumo concentrado que consegue fugir a esta temática é brilhante. E Robisons consegue-o ao centrar-se nos (spoiler alert!)  laços  pai e filho e numa certa nostalgia que é absolutamente tangível para os que hoje são pais e foram ontem crianças dos tempos dos sumos concentrados e filhos dos pais ausentes. História bem contada e muito sentida, para quem faz parte do target.

2. AT&T – Kids

Muitas pequenas histórias. Reais (mais ou menos). Com crianças. Com piada. Com mensagens curtas, simples e que no fundo, resumem aquilo que queremos de um operador de telecomunicações. É a vingança do formato de 30” que nos lembra que nem sempre precisamos de muito tempo para contar uma boa história. Nem de um grande orçamento de produção.

1. Chipotle – The Scarecrow

Esta campanha tem tudo. Força, emoção, relevância, distintividade, e uma reconciliação absolutamente maravilhosa entre os meios mais e menos tecnológicos. Uma campanha que no seu todo, gostaria de ter sido eu a fazer….