António Jorge, Consultor, Executivo e Docente Universitário

O marketing enquanto disciplina científica e enquanto profissão tem vindo a sofrer consideráveis evoluções ao longo da sua história. Sinal de que está vivo enquanto ciência e sinal de que se tem adaptado e cumprido o seu papel no mundo dos negócios.

Um ramo do marketing que tem vindo a ganhar dominância é o da engenharia de marketing.

Definindo engenharia como “a aplicação de métodos científicos ou empíricos à utilização dos recursos da natureza em beneficio do ser humano”, facilmente se entende que esta ciência/atividade se centra essencialmente na utilização de tecnologia e recursos naturais em prol do bem estar do ser humano.

Contudo a engenharia, fruto da utilização das tecnologias e de métodos mais objetivos e quantitativos, tem vindo a ser crescentemente utilizada nas ciências sociais e humanas, por exemplo na área financeira e no marketing.

O conceito de engenharia de marketing foi criado em 1998 por Gary L. Lilien e definido como “a abordagem sistemática que aproveita dados, informação e conhecimento para atingir e implementar decisões de marketing eficazes, potenciadas pela utilização da tecnologia e pelos modelos de suporte à decisão.

Inicialmente confinada a modelos quantitativos de suporte às decisões de marketing de âmbito quantitativo. Com o surgimento da internet, da massificação da informação e do e-commerce, o conceito alargou a sua intervenção às decisões no âmbito da publicidade digital e do comportamento do consumidor. Posteriormente, com o crescimento das redes sociais, o crescimento da utilização de tecnologia no marketing atingiu proporções dominantes e em crescimento. Este facto alargou, em minha opinião, significativamente o conceito.

Os atuais desafios colocados à função do marketing apresentam-se, pelo exposto, inevitavelmente ligados à tecnologia, dados e metodologias quantitativas, os quais permitem a redução de erros na decisão e potenciam o sucesso.

Os factos enumerados implicam inevitavelmente novas competências nos profissionais de marketing e, por consequência, novos curricula nos cursos técnicos e superiores que por sua vez devem ser fundados em consistente investigação cientifica.

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