Há exactamente um ano atrás escrevi neste espaço sobre um conceito que, na altura, marcava o léxico da actualidade mediática nacional – o conceito de Refundação. Tendo por base esse conceito parti para a analogia com o que no mundo das marcas e do Marketing poderia acontecer ao longo de 2013 naquilo que nomeei do “ano da Refundação das Marcas”. Um ano depois se há coisa que não podemos negar é que 2013 não tenha sido um ano de mudança…
2013 foi o ano em que a igreja se renovou e lançou um novo Papa que a pouco e pouco está a refundar a Igreja; foi o ano em que o Continente passou a fazer dos descontos directos uma arma promocional de combate atenuando o efeito das promoções em cartão; foi também o ano em que já ninguém mais se perde a caminho de um Lidl; foi o ano em que o OLX e outros sites do género explodiram e colocaram todos os portugueses a comprar e vender tudo o que queriam; o ano em que mais de metade das autarquias mudou de presidente e em que a cidade do Porto elegeu um presidente candidato por uma lista independente; o ano em que finalmente a ZON e Optimus se uniram; o ano em que a Vodafone lançou o RED, a Meo o M40 e a ZON o ZON4i fazendo com que os consumidores portugueses possam ter comunicações num modelo “one stop shopping”; o ano em a economia portuguesa voltou a crescer e o desemprego começou a diminuir; o ano em que o Mundo mudou porque perdeu Mandela, mas que também se enriqueceu porque ganhou Malala Yousafzai.
Porém a talvez maior mudança de todas tenha sido o facto de vermos cada vez mais famílias a perceber que podem encontrar felicidade fora do território do consumo e isso, apesar de afectar o volume de vendas do bens, abre a porta à valorização dos pequenos mas valiosos prazeres da vida – como há uns dias um investigador dizia – “… quando a felicidade se desloca para fora do território do consumo … quando se desloca do ter para o ser, há muitas coisas que podendo manter a utilidade, perdem o status e, portanto, são um bocadinho revisitadas…”. Esta é a grande mudança que os Marketeers terão que saber incorporar nas marcas que gerem.
Sem dúvida que a crise abala as Marcas, mas também cria Marcas mais fortes, Marcas que para sobreviver e se emanciparem tiveram que ser mais criativas, mais imaginativas e acima de tudo mais úteis.
No final deste ano antecipadamente definido como muito duro e severo, creio que tudo se prepara para um 2014 de forte crescimento dentro já de novos parâmetros, creio que mais sólidos e sustentáveis pois, como acima referi e há um ano escrevi, o período que atravessamos não é de crise, mas sim de Mudança – sim Mudança com “M grande” pois nada vai ser como dantes. a Mudança de 2013 é Irrevogável e é neste Mundo novo que as marcas vão ter que lutar e vencer.
muito bem e oportuno.
Muito bem ! O mundo está em mudança de valores e as marcas devem estar atentas!