“O jardim à beira-mar plantado”

23 de julho de 2012

“O jardim à beira-mar plantado”

Miguel Rangel, Gestor de Marcas

Nos últimos dois meses, o nosso país recebeu quatro eventos que, em comum, têm o mérito de terem colocado os Portugueses a olhar para o mar.

Recordando, cronologicamente:

- Lisboa – Volvo Ocean Race

- Porto – Extreme Sailing Series

- Lisboa – The Tall Ships Racing

-  São Miguel (Açores) – Red Bull Cliff Diving World Series.

Foram, cada um à sua escala, eventos que colocaram o nosso país na rota dos grandes eventos mundiais relacionados com o mar e os Portugueses responderam à altura. Na Volvo Ocean Race, cujo site foi visitado por mais de 109 milhões de pessoas, Lisboa recebeu cerca de 200.000 visitantes ao recinto do evento, o que comparando com os 900.000 de Galway, a cidade onde a prova terminou, mostra que o potencial de crescimento de Lisboa é enorme.

No Porto, a etapa da Extreme Sailing Series levou mais de 50.000 pessoas nos 3 dias que esteve na cidade.

Em São Miguel hotéis, restaurantes e barcos para alugar registaram um movimento fora do normal no fim-de-semana do evento, tendo este levado à ilha mais de 35 jornalistas estrangeiros para acompanhar o Red Bull Cliff Diving World Series.

Finalmente o “The Tall Ships Racing”, para além dos mais de 45 veleiros e 3.000 tripulantes que trouxe a Lisboa, terá mobilizado mais de 1 milhão de pessoas às margens do Tejo, adicionando visitas aos barcos e observação dos desfile dos mesmos a caminho da próxima etapa da regata.

A somar a todos estes números pretendia somar mais duas evidências.

Os portos de Lisboa e Leixões não param de crescer na sua actividade de escala de cruzeiros turísticos – Lisboa atingiu os 200.000 passageiros entre Janeiro e Maio deste ano, registando um crescimento de 11,6% face ao mesmo período de 2011; em Leixões o movimento duplicou quando comparado este semestre com o homólogo, atingindo os 29.000 passageiros.

Num âmbito totalmente diferente, o nosso país levará aos Jogos Olímpicos de Londres 16 atletas na modalidade Vela (21% do total), sendo a segunda maior modalidade portuguesa representada nestas Olimpíadas só superada pelo Atletismo.

Portugal tem actualmente a 10ª maior Zona Económica Exclusiva do mundo e a maior da Europa representando, em área, cerca de 40x a dimensão do território de Portugal Continental e cerca de 1,25% de toda a área oceânica sob jurisdição de países.

Estes números mostram, não só o quanto o nosso país pode e deve continuar a ser passagem deste tipo de iniciativas, como o quanto os Portugueses estão receptivos a participar em eventos que lhes façam renascer o espírito marítimo tal como historicamente somos conhecidos. Somos sem dúvida uma superpotência marítima, temos espaço e uma cultura historicamente relacionada com o mar – não serão estes argumentos suficientes para que as marcas saiam dos territórios dos desportos já imensamente saturados para estes, ainda por explorar, em frente deste jardim à beira-mar plantado?

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