A Lalaland arrancou há pouco mais de um ano. Uma agência de publicidade de pequenas dimensões, mas a apostar no crescimento através de muita criatividade. Em breve a Lalaland vai posicionar-se no mercado como “ agência de pensamento, marketing e publicidade de intervenção do mundo”.
Um ano depois do arranque, o Imagens de Marca faz o balanço e perspetiva o futuro próximo numa entrevista com João Geada. O auto-intitulado King of Lalaland responde de forma direta, mas sem deixar de lado a criatividade.
Imagens de Marca (IM): Com quantos clientes/projetos começou e quantos há agora?
João Geada (JG): Começamos com um cliente, ou seja, um projecto e durante este primeiro ano desenvolvemos quase 100 dos quais concretizamos pouco mais de 20 e ainda estamos à espera dos resultados de alguns ‘pitch’. Neste preciso momento temos 8 projectos em curso para 8 clientes diferentes.
Como trabalhamos muito mais por projecto, apenas temos uma conta anual, não temos propriamente uma “carteira de clientes” mas eu diria que 7 deles são recorrentes. Digamos que, em vez de tentar contrariar a infidelidade natural destes tempos, aceitamo-la e tentamos manter namoros apaixonados, que acabam por ter mais piada que casamentos inconvenientes.
IM: Quais são as principais contas?
JG: Vamos chamar-lhes clientes recorrentes. Os tais namoros mais apaixonados, são a Optimus, os centros comercias da Redwave (Campera, Beloura, Acqua Roma e Leiria retail Park), a Rent-a-Stuff, uma marca fantástica que criámos e que aluga nos aeroportos tudo aquilo que é demasiado parvo carregar no avião, a Keyworld, uma empresa de tecnologias de segurança e acesso que vai operar principalmente no Brasil e Angola, o Minigarden, um produto fantástico que permite fazer jardins e hortas verticais em qualquer lado, a Immersis uma empresa de formação que utiliza a imersão e o story-telling para ser mais eficaz e a CTR, uma empresa portuguesa discreta mas que produz difusores de perfumes e insecticidas para todas as grandes marcas do mundo.
IM: Quantos colaboradores?
JG: Temos cidadãos co-workers e cidadãos permanentes. Começámos com 2 permanentes e agora somos três e temos também três co-workers, portanto no total somos 6 criaturas, umas mais humanas que outras.
IM: Como é viver (ou sobreviver) num mercado tão competitivo e em crise?
JG: Seria parvo da minha parte se não admitisse que as coisas estão realmente difíceis, quanto a mim não propriamente pela crise financeira, mas pelas reacções de auto-preservação, medo e falta de visão de todos os intervenientes do mercado. Temos tido bastante trabalho, mas sentimos verdadeiras dificuldades para entrar nos clientes de maior dimensão, aliás eu diria que a quantidade de medo e de comportamentos de auto-preservação são directamente proporcionais à dimensão da marca. Por outro lado, as marcas mais pequenas estão sem capacidade para investir, o que tem mantido o crescimento da Lalaland muito lento e com muita ginástica de tesouraria.
IM: Quais as estratégias?
JG: Por um lado, continuar o nosso trabalho de “evangelização” para esta revolução de paradigmas da comunicação e da sociedade, participando o mais possível nas conversas públicas sobre o tema. Continuar também a desenvolver ideias e estratégias para resolver problemas ou aproveitar oportunidades e tentar promovê-las junto de marcas ou entidades que possam ganhar com elas, nacionais ou de outros países. Por outro lado, continuamos a fazer esforços para trabalhar com mercados emergentes como o leste da Europa, o Brasil e Angola, mas com muita cautela porque estes “eldorados” são riquíssimos em desonestidade. E ir afinando a nossa estrutura e processos, de forma a conseguirmos funcionar em pleno sem grandes investimentos.
Estamos também a tentar aprimorar o nosso posicionamento e, embora não gostemos de “rótulos”, sabemos que o mercado ainda precisa deles, por isso vamos brevemente apresentarmo-nos como a primeira agência de pensamento, marketing e publicidade de intervenção do mundo.
IM: Perspectivas para 2012?
JG: Neste momento nada me indica que o panorama vá melhorar ainda este ano, por isso prefiro deixar as perspectivas para os muitos futurologistas nacionais e concentrar-me em fazer o melhor que conseguir para cada dia ser melhor que o anterior. Ficaria ainda mais feliz se conseguisse pôr na rua, junto com uma marca de grande visibilidade, alguma das ideias que melhor espelham o posicionamento da Lalaland. De resto, bola pá frente que atrás vem gente.
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