Cerca de 40 mil pessoas participaram ontem na 23ª Meia Maratona de Lisboa. Além de atletas profissionais, a prova juntou, à semelhança de outros anos, famílias e amigos, atraídos sobretudo pela travessia da Ponte 25 de Abril.
Considerada um ícone da capital, a iniciativa nasceu fruto da vontade de um pequeno grupo de pessoas, que, depois de formarem o Maratona Clube de Portugal, necessitavam de arranjar recursos para os atletas do organismo.
Carlos Móia, o mentor da prova, revela que no início foram muitas as barreiras, sobretudo burocráticas, que tiveram de ser ultrapassadas: “Atravessar a ponte era uma coisa tremendamente difícil. Na altura falámos ao Dr. Mário Soares, que era o Presidente da República, que levou o assunto ao Eng. Ferreira do Amaral, Ministro das Obras Públicas. A resposta foi mais ou menos esta: nós temos de consultar o gabinete americano que projetou a ponte, para ver se é possível ser passada a correr ou não. Depois de esperar vários dias, telefonei ao engenheiro a dizer que pensava não existir vontade política, e o Dr. Ferreira Amaral disse-me: se você quiser tomar a responsabilidade, está autorizado. Mas quem era eu para assumir tamanha responsabilidade?”
Meses depois chegava a informação por que Carlos Móia tanto ansiava: o tabuleiro aguentava o desafio sem qualquer tipo de problema. Já com o apoio do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o Dr. Jorge Sampaio, a prova arrancou a 17 de Março de 1991, tendo como figura de cartaz Rosa Mota.
Se na altura a prova era apoiada apenas pela autarquia alfacinha, hoje a realidade é bem diferente. “Antes em termos de marketing não havia qualquer ideia. Hoje é tudo feito medido, remedido, tudo pensado nas marcas e obviamente no retorno que elas têm. Tem que haver um retorno para esses parceiros. Não há dúvidas de que sem as marcas não havia absolutamente hipótese de ter o nível que temos. Fazer a Maratona fazia-se à mesma, mas o nível seria diferente”, afirma Carlos Móia.
Calcula-se que a Meia Maratona tenha um impacto de 8 milhões de euros na economia da cidade, graças, sobretudo, aos cerca de 3 mil estrangeiros que todos os anos vêm de propósito assistir à prova rainha do atletismo em Portugal.
Brevemente percorra connosco a história deste evento, e descubra as razões que levam marcas, como a EDP e a Médis, a não abrandar o ritmo no seu apoio à Meia Maratona de Lisboa.
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