Tradicional vs. digital: como será o futuro?

28 de junho de 2017

Tradicional vs. digital: como será o futuro?

Foi na conferência que assinalou os 50 anos da APPM que se sentaram em mesa redonda representantes dos maiores grupos de media em Portugal: Luis Mergulhão da Omnicom Portugal; Miguel Pinheiro do Observador; Gonçalo Madaíl da RTP; Nuno Santos do Storylab; e Bernardo Correia da Google.

O tema: Media tradicional vs. novos media. “Temos que perder esta cultura de aversão ao risco.” Afirmou Luís Mergulhão, da Omnicom Portugal no inicio do debate, referindo-se à resistência que é notada nos órgãos de comunicação portugueses aos novos media.

Falando de risco, Miguel Pinheiro, do Observador, falou da adaptação do seu passado em jornais tradicionais para os novos meios. O porta voz do jornal digital referiu que ao contrário do que todos pensam, o Observador não tem respostas e tal como todos os meios, o que descobrem é via “tentativa e erro”.

“Não era surpresa para ninguém que a globalização viesse acelerar com a Internet” acrescentou Bernardo Correia da Google. “Não era surpresa que de repente era preciso usar mobile para aceder à informação, isso são trends que já têm 10 anos. Existe muito a perceção em que o Google é uma ameaça, muito pelo contrário nós somos um catalisador da mudança. Somos uma lista telefónica e quando menos números tivermos menos valemos. Nós não temos interesse em acabar com o ecossistema, precisamos dele para sobreviver.”

Para Nuno Santos, do Storylab, os media resistem às marcas mas resistem muito menos hoje. É preciso estabelecer uma fronteira entre o jornalismo e a publicidade. “Eu sei que hoje a ligação entre as áreas comerciais e áreas de conteúdos é mais próxima. É importante desde que não deturpe o conteúdo até porque as pessoas no dia a dia têm uma ligação diária com as marcas. A única área em que é preciso haver essa distinção é na informação.”

Pegando no tema editorial o representante do Observador referiu que os jornalistas têm uma enorme desconfiança em relação às marcas. “Mas acho que já estamos numa fase de em que percebemos que há uma forma de fazer as coisas bem feitas e o branded pode ser uma dessas formas.”

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Jornalista: Marco Silva

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