Este sábado, o TEDxOporto regressa à Invicta e afirma-se já como um dos primeiros eventos TEDx em todo o mundo. Pela Invicta, ao longo de vários anos, as conferências encheram a Casa da Música, o Mosteiro de São Bento da Vitória, o Centro de Congressos da Alfândega e o Cinema Batalha.
Na oitava edição do TEDxOporto, o tema é “Verdade ou Consequência” e os oradores trarão temas variados tal como inteligência artificial, vida extraterrestre, diferenças sociais, infidelidade, feminismo, entre outros.
O Imagens de Marca esteve à conversa com Norberto Amaral e Pedro Geraldes, que enquadram este evento que tem lugar já este sábado.
Qual a história do TEDxOporto? Quando nasce e como evoluiu?
Em 2006 o TED, que já vinha a realizar conferências desde 1984, começou a publicar as talks online no seu site e rapidamente se tornaram uma sensação a nível mundial. Após vários anos a receber inúmeros pedidos de realização desta conferência de todos os cantos do mundo, os organizadores decidiram criar um conceito semelhante, organizados por equipas locais independentes.
O TEDx foi criado com um X que simboliza simultaneamente o asterisco chamando à atenção tratar-se de um evento independente, com o X como expoente de serem eventos TED organizados por milhares de equipas locais, espalhadas por todo o mundo. Este conceito foi anunciado em 2009 e Manuel Forjaz, nosso fundador, que participou na conferência TED Global em Oxford nesse ano, obteve a licença para organizar o TEDxOporto. Poucos meses depois, em fevereiro de 2010, teria lugar o primeiro evento TEDxOporto, no Centro de Congressos da Alfândega.
Desde então o TEDxOporto expandiu-se: em 7 edições já tivemos mais de 140 oradores, 6000 participantes e centenas de milhares de views das talks que passaram pelos nossos palcos.
Hoje referem que é um dos maiores eventos de partilha de ideias em Portugal e um dos 10 maiores do mundo. Qual a dimensão do evento?
O TEDxOporto é um dos primeiro eventos TEDx em todo o mundo e tem consistentemente enchido as salas por onde passa: Casa da Música, Mosteiro de São Bento da Vitória, Centro de Congressos da Alfândega e Cinema Batalha.
Pelos seus palcos passaram pessoas que partilharam ideias para mudar o mundo, tal como Miguel Neiva (criador do conceito ColorADD), Joe Santos (fundador da VencerAutismo), Henrique Cymerman (jornalista correspondente), Luís Reis (gestor Sonae), Miguel Gonçalves Mendes (realizador de cinema), e-Patient Dave deBronkart (advoga abertura de informação médica), Mark Boyle (‘moneyless-man’), GMB Akash (fotógrafo premiado no World Press Photo), Steven Goldfarb (físico no CERN), Pedro Lamares (ator), Soraia Ramos (jornalista RTP), Hugo Veiga (criativo português mais reconhecido de sempre), Zach Mainen (investigador da Fundação Champalimaud), Miguel Januário (street artist), Steve Grand (criador de vida artificial), entre tantos outros.
Somos seguidos nas redes sociais por mais de 50.000 pessoas, e recebemos no nosso site mais de 100.000 visitas por ano, o que nos torna num dos maiores públicos de eventos TEDx a nível mundial.
Acreditamos que este alcance mediático e as incríveis avaliações que recebemos, não só dos nossos participantes, mas do próprio TED, está assente em dois pilares: por um lado a qualidade dos oradores e o impacto das palestras; por outro a experiência imersiva que é criada durante todo o dia do evento, fazendo com que desde o catering, às ativações dos parceiros e à construção de todos os espaços, tudo seja pensado de forma a que os participantes sintam a importância do tema.
Foi ainda, e de forma particularmente tocante para toda a equipa, o palco da última apresentação presencial do nosso fundador Manuel Forjaz, que faleceu um mês depois. E é esse legado que estamos a continuar, com cada vez mais força e produzindo um evento de indiscutível impacto e qualidade.
O que diferencia este evento no Porto em relação aos demais TEDx?
Todos os anos organizamos nesta cidade um evento puramente inspirado na qualidade dos oradores do principal evento TED que tem lugar anualmente nos EUA ou Canadá.
Aos oradores locais a quem damos este palco para partilhar as suas ideias, juntam-se oradores de calibre internacional que nos trazem ideias e perspetivas globais, em talks que suscitam curiosidade, fascínio, e otimismo na capacidade do ser humano resolver os principais problemas da sociedade.
O TEDxOporto não é composto por quaisquer tipos de talks motivacionais. As talks são de facto inspiradoras, não porque os palestrantes nos vêm convencer com ‘psicologias’ assentes em chavões, mas pela força das suas ideias, projetos ou histórias de vida.
Mais do que um simples evento, acreditamos que o que nos distingue é o facto de nos vermos como uma plataforma nacional de propagação de grandes ideias, criatividade e inovação, para todo o mundo.
O que procuram trazer para este evento?
Procuramos criar momentos únicos, de partilha, otimismo, transformação social. Procuramos criar magia em palco, com ideias originais, inovadoras e de impacto marcante para cada participante, para a cidade, para Portugal e o mundo. Somos exigentes com os oradores e parceiros, de forma a que todos os conteúdos produzidos ponham as pessoas a pensar e a questionar o seu significado.
Nos variados momentos de intervalo potenciamos igualmente o networking entre os participantes. Desejamos que dali saiam relações de amizade, novos projetos e novas ideias.
Quem procura este tipo de evento?
O nosso público é muito variado, sendo constituído por líderes, gestores de topo em empresas e variadas instituições, pensadores, estudantes, professores, designers, investigadores, criativos, empresários, inovadores. Todos têm em comum uma enorme curiosidade e sede de conhecimento, e este desejo de mudar o mundo, o país, a cidade e a comunidade que habitam. Temos também a satisfação de ser procurados por pessoas dos 12 aos 80 anos, o que cria uma heterogeneidade no evento que nos agrada imensamente.
Nesta edição qual é o conceito e o que vão trazer à audiência?
Esta é a oitava edição do TEDxOporto e o tema é “Verdade ou Consequência”. Os oradores trarão temas variados tal como inteligência artificial, vida extraterrestre, diferenças sociais, infidelidade, feminismo, entre outros.
Num mundo onde cada vez temos mais acesso à informação, continuamos com velhos padrões de atuação perante a verdade. Ensinamos aos mais novos a importância da verdade, mas nem sempre seguimos o que dizemos. Preferimos as conveniências de curto prazo. Alteramos e ignoramos factos e interpretamo-los de forma a se encaixarem nos nossos sistemas de crenças. Mentimos a estranhos, mentimos a amigos, mentimos a familiares e a nós mesmos. Muitas vezes conscientemente, e não menos frequentemente, sem consciência de o fazermos.
Lançaremos questões incómodas, como sobre conhecimento / memórias, ambiente, terrorismo, privacidade, paradigmas económicos, tentando ultrapassar conceitos que dizem apenas respeito aos nossos curtos horizontes e que nos impedem de nos vermos como parte de um todo.
De que forma pretendem marcar e tocar o público?
Ao longo dos anos temos marcado o nosso público pela emoção e pela razão, com otimismo e ceticismo, conhecimento e curiosidade. Por contarmos coisas que eles não sabiam. Por agitar as suas convicções. Por questionar dogmas e verdades absolutas. Por mostrar que cada tema, tal como uma moeda, pode ter duas faces.
Temos aberto horizontes, obrigado à reflexão, mas também ao riso e profundo humor que só as grandes epifanias nos podem trazer.
O nosso público sabe o que esperar: um dia de emoções ao rubro, e a saída do evento com a vontade de sermos melhores. Para connosco e para com os outros.
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