Em 2013, o setor cervejeiro inverteu a tendência de quebra do consumo interno, que ocorria desde 2006, registando um leve crescimento em volume. Com seis unidades de produção no continente e ilhas, no ano passado foram produzidos 7.323 milhares de hectolitros de cerveja, dos quais 4.937 milhares foram consumidos em Portugal, o que representa um aumento de 0,2% no consumo interno. Estes são dados da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV), divulgados hoje, na apresentação do balanço anual de resultados do setor cervejeiro, referente ao ano de 2013.
De acordo com a mesma fonte, em impostos diretos, o setor cervejeiro contribui em mais de 226 milhões de euros para o Estado português, o que representa um aumento de 1,6% face ao ano anterior. Indicadores que reafirmam o contributo no equilíbrio da balança comercial nacional. Já a comercialização no canal HORECA voltou a baixar, representando 66% do total do consumo de cerveja, enquanto o consumo dentro de casa aumentou 1,5% em relação ao ano anterior, passando agora para os 34%. O consumo por habitante manteve-se estabilizado nos 49 litros.
As exportações, por seu lado, registaram uma quebra de 22%, situando-se nos 2.494 milhares de hectolitros, muito afetadas pelo efeito da greve nos portos em Portugal, por problemas de desalfandegamento no destino, que atrasaram em vários meses a entrada de cerveja nacional em Angola, e ainda pela incerteza causada pelo anúncio do aumento das pautas aduaneiras.
Nova campanha institucional
O momento foi aproveitado para apresentar também a nova campanha de comunicação institucional, que contou com criatividade da Bottom Line Ativism e produção da SYNC. O anúncio, que estará presente em televisão (assim como imprensa e internet), propõe uma viagem à origem da cerveja, desde o copo até às sementes de cultivo nos campos de cevada. Desta forma, são apresentadas as principais matérias-primas que compõe a cerveja, nomeadamente água, lúpulo, malte e cevada.
“É Natural, Faz Bem aos Portugueses, Faz Bem a Portugal” é a assinatura que pretende responder à pergunta “O que é a cerveja?”, tendo como objetivo comunicar a mesma como produto natural. O conceito do filme publicitário pretende mostrar e clarificar o processo de produção de cerveja, sem esquecer alguns dos indicadores que reforçam a importância do setor para o desenvolvimento económico e social do País.
Reveja a campanha lançada pela Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja em 2013, intitulada “Cerveja: um copo meio cheio para Portugal”
Os desafios para 2014
Para 2014, o dinamismo do setor cervejeiro está dependente da evolução nacional, onde se destaca a importância de examinar algumas questões fiscais, nomeadamente a urgência da reposição da taxa de IVA nos 13% no canal HORECA. Ao nível do mercado ibérico, a taxa de IVA de 10% aplicada em Espanha na cerveja é igualmente um fator de desequilíbrio. Estas são condições que afetam o setor e que criam situações de diferenciação concorrencial no mercado das bebidas, com prejuízos não só para ao setor cervejeiro, mas para os produtores cerealíferos e as outras indústrias nacionais associadas à cerveja.
“Tendo em conta os últimos indicadores económicos do País e a inversão na quebra de consumo, acreditamos que é possível voltar aos níveis de consumo de 2008, o significaria um encaixe de mais 84 milhões de euros para o Estado e um aumento da empregabilidade de cerca de 14 500 empregos”, destaca João Abecasis, Presidente da APCV, segundo estimativas da Associação, a partir do estudo da Ernst & Young para Portugal. “Ao nível das exportações, e após um ano conturbado, prevemos uma recuperação da performance internacional do setor em 2014, designadamente com a já sentida estabilização do abastecimento ao mercado angolano”, conclui.
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