O consumo de televisão está a passar por uma profunda mudança, nunca o consumidor teve tanto controlo sobre o conteúdo que vê nos vários suportes. Com o boom da Internet veio também a multiplicação de equipamentos e o surgimento de vários serviços que permitem aos consumidores assistirem a conteúdo em Timeshift.
Este progresso criou um novo paradigma na forma como se comunica e faz publicidade, os consumidores hoje em dia têm a capacidade de ‘saltar’ anúncios e escolher que anúncios vêem efetivamente. Foram estas as questões que foram debatidas na conferência da APDC “Novo Paradigma dos Conteúdos e Marcas” que contou com a participação Giles Rhys Jones, vencedor dos Inovation Lions em Cannes e diretor de marketing na What3Word; Filipa Caldeira, CEO da Fullsix; Inês Simas, Corporate Strategy & Capabilities Manager na Coca-Cola; Paulo Lourenço, Diretor Coordenador do Grupo Media Capital e Vera Pinto Pereira, Managing Diretor Iberia da FOX num debate moderado por Maria João Vieira Pinto, diretora da revista Marketeer.
A conferência começou com a apresentação do Keynote Speaker, Giles Rhys Jones, que apresentou à plateia a sua startup What3Words. Uma marca que se propôs a mapear todo o globo e atribuir a cada uma das áreas uma combinação de 3 palavras. O diretor de marketing da empresa falou sobre a estratégia de comunicação da sua marca e referiu que filme e conteúdo são tão relevantes, atualmente, como ter um bom produto.
Para Vera Pinto Pereira, é importante não ignorar os números expressivos que revelam que 10% dos telespetadores consomem conteúdo televisivo em Timeshift. Para a diretora da FOX Iberia os anúncios hoje em dia têm que contar histórias e ilustrar emoções com que os consumidores se consigam identificar. Quando anteriormente era apenas necessário fazer “um bom anúncio” que descrevesse todas as qualidades do produto que era pretendido vender.
Paulo Lourenço, afirmou que o product placement e o soft sponsoring, apesar de serem técnicas que existem há relativamente algum tempo, são métodos de publicitar produtos que ainda parecem funcionar, e se forem bem elaborados, conseguem até ser incluídos entrar na narrativa de uma série ou novela.
Do ponto de vista criativo, é uma altura estimulante quer para as marcas quer para as agências. Filipa Caldeira defendeu que a altura é propícia para a aprendizagem, num momento em que uma tecnologia pode mudar paradigmas, é importante que as agências e as marcas aprendam com os erros e consigam dar resposta ao que os consumidores querem ver, algo que na indústria é referido como o Fail Fast.
Em tom de conclusão, foi apurado que as marcas, hoje mais que nunca, têm que estar nos conteúdos que os espetadores gostam de ver e seguir. É igualmente importante para as marcas fazerem uso das novas tecnologias para criar um diálogo com o consumidor e abandonarem a comunicação unilateral a que antes se assistia.
No fim da conferência o Imagens de Marca teve a oportunidade de entrevistar Filipa Caldeira e Inês Simas, veja as entrevistas no vídeo acima.
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