19 de abril de 2012

Produção Nacional

O Congresso Nacional de Marketing, organizado pela APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing) arrancou hoje em Lisboa para analisar Portugal à lupa e ver como é que o marketing pode ajudar na reconstrução do nosso país que atravessa um momento de dificuldades económicas e sociais.

O novo presidente da organização, Rui Ventura, abriu os trabalhos lembrando que este encontro marca uma nova etapa da APPM, que pretende uma maior proximidade aos seus associados e um aumento da revelância.

Momentos inspiracionais e de criatividade é o objetivo deste congresso, onde o presidente cessante da APPM, Carlos Manuel de Oliveira, foi homenageado.

A Produção Nacional é o primeiro painel do dia, mediado pela diretora da APPM e administradora da Adega Mayor Rita Nabeiro, que relembra a importância deste setor para o desenvolvimento de um tecido económico que está fragilizado. Produtos que criem valor, que tenham qualidade e sejam diferenciadores são os pontos evidenciados por Rita Nabeiro, para quem há que contraiar a ideia de que Portugal é só serviços.

Humberto Teixeira, Diretor Geral do Grupo Hubbel, o primeiro orador da manhã, começou a sua apresentação por mostrar o anúncio da Vodafone (video a rodar em cima) onde a empresa surge como produtora agrícola. Mas lembra que está área significa somente 10% da receita da Hubel, que trabalha acima de tudo no tratamento de água e sistemas de irrigação.

O grupo, que tem já 30 anos e foi criado por Humberto Teixeira e pela mulher quando tinham 27 anos, aposta cada vez mais na inovação e na tecnologia como ponto diferenciador.

Nádia Reis, Diretora de Relações Públicas, Ativação de Marca e Responsabilidade Social da Sonae MC, falou para uma plateia cheia sobre o apoio do Continente à produção nacional, com a criação do Clube de Produtores.

Esta responsável começou por falar sobre o “estigma de que o que é bom é o que vem de fora” e a desvalorização dos produtos nacionais e abrandamento na comunicação das marcas nacionais, que surgiu nos anos 80, com a entrada de Portugal na União Europeia.

“O Continente assume-se como marca portuguesa que defende o que é realmente português e um orgulho nacional”, afimou, relatando que foi em 1998 que nasceu o Clube de Produtores, com a missão de ajudar os produtores nacionais ao desenvolvimento, e a tornar o seu negócio sustentável ao nível nacional e internacional, com foco na inovação e aplicação das tecnologias. A palavra de ordem, para o Continente, é a profissionalização.

Em 2010 a marca repensa o seu apoio aos produtores e a comunicação do projeto Clube dos Produtores sai dos hipermercados. Com a crise muda o comportamento dos consumidores, que passam a estar mais centrados na comida.Com esta constatação, o Continente passa a apostar na comida como um orgulho nacional e o apoio à produção nacional passa a ser feito na primeira pessoa por alguns conhecidos chefes numa primeira fase, passando mais tarde para ações mais diretas com os consumidores, como o Mercado dos Sabores e o Mega Pic-Nic.

Egídio Alves é um designer de calçado, que após muitas peripécias e uma imensa persistência começa a vingar no mercado nacional e internacional.

Já António Soares Guedes, administrador executivo  da Aveleda, contou a história da marca Casal Garcia e mostrou algumas das primeiras campanhas, ainda desenhadas pelo seu avô.

O gestor de Marketing e Comunicação da Follow References, Paulo Morais, falou do valor das ideias e da importância de promover a interação das pessoas da mesma empresa, atitude facilitada nos dias de hoje pelas novas plataformas digitais.

“Temos de ter presença enquanto marca e ter as pessoas a falar de nós na internet e nas redes sociais. Isso influencia muito mais a decisão de compra”, afirmou este especialista, para quem os nichos de mercado devem ser trabalhados tendo em conta as suas necessidades específicas, tendo sempre em conta a atual relevância do digital.

Para Paulo Martins “estamos a caminhar para uma era onde a personalização do produto e serviços é fundamental”, na medida em que as pessoas não querem que lhes digam quais as suas necessidades, mas sim ter a possibilidade de serem elas próprias a indentificar o que precisam na realidade.

 

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Teresa Salvado

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