Desconforto. É este o tema eleito pelo Clube de Criativos de Portugal para 2013. Durante este ano a associação irá organizar um conjunto de iniciativas dedicadas à reflexão e à intervenção sobre o tema do desconforto, como motor de criação, movimento e inovação no mercado da criatividade comercial em Portugal.

“O desconforto é uma fase essencial no processo criativo. A essência do criativo é estar desconfortável, é procurar coisas que não são habituais, é inovar, e isso não se faz dentro da zona de conforto. Para além disso o contexto atual é desconfortável. Nós quisemos no fundo conjugar estas duas vertentes, na perspetiva de que a criatividade pode ser realmente um motor para a mudança e para a manutenção de alguma esperança no ponto de vista daquilo que são as atividades económicas, daquilo que é a vitalidade em termos sociais, e em termos profissionais, para a classe dos criativos”, justifica Pedro Pires, vice-presidente do Clube de Criativos de Portugal.

É neste âmbito que surgem as “Noites do Desconforto”, uma iniciativa que faz parte da estratégia da nova direção do Clube de Criativos, que pretende criar um clube mais plural e mais interventivo. Mais do que apenas organizar um festival de prémios uma vez por ano, os novos membros querem fazer com que o clube seja capaz de unir todo o ano a classe profissional que representa.

Nas “Noites do Desconforto” materializa-se aquilo a que o Clube designa como uma plataforma de Curadorias. Trata-se de um projeto que pretende alargar a direção do Clube a um grupo de curadores relevantes junto de quem trabalha hoje com a criatividade comercial em Portugal, e que irá permitir, segundo os responsáveis da direção, pensar e agir sobre áreas e zonas criativas relevantes, que até hoje não tinham tido a devida atenção por parte do Clube.

“O clube tem uma direção de 5 membros, que têm o seu trabalho de dia. Essas pessoas não têm a capacidade sozinhas de produzir conteúdos necessários para que a atividade se torne interessante para os mesmos e para a classe. O que nós fizemos foi escolher 15 curadores, em 12 áreas, que vão ter o dever de apresentar à classe coisas que se fazem nas áreas para que foram escolhidos. Nas «Noites do Desconforto» assistimos a pequenas apresentações relativas a uma curadoria específica”, explica Pedro Pires.

Media, Escolas, Print Crafts, RP e comunicação, Anunciantes, Arte, Video/cinema, Fotografia, Palavras e histórias, Ilustração, Streetart/arte de intervenção, Música, Moda, Zona Norte e Emigrados são os temas eleitos nesta nova plataforma.

Na noite inaugural, realizada recentemente na Casa do Independente, em Lisboa, entre outros assuntos, os curadores abordaram assuntos, de forma mais ou menos informal, como a descapitalização das marcas ou o reconhecimento das atividades de Relações Públicas ou da Moda como áreas criativas.

Com esta iniciativa a nova direção quer dar um sinal claro da sua intenção em transformar o Clube no principal ativador da criatividade nacional. Além das “Noites do Desconforto” e do Festival anual, a nova direção pretende em breve criar um espaço que possa ser utilizado em continuidade para atividades do Clube.

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