16 de maio de 2015

A Semana “Urgente” da Criatividade Nacional

Durante a emissão desta semana, o Imagens de Marca deu destaque à Semana Criativa de Lisboa, que durante cinco dias transformou o Convento da Trindade no palco da criatividade nacional. Este ano, a iniciativa do Clube de Criativos de Portugal teve como mote “Urgente é a Poesia”, numa alusão ao impacto do conceito de “urgência” no processo criativo.

“O momento que atravessámos nos últimos anos, para além da pressão do dinheiro, da crise, veio colocar na indústria criativa, e especialmente nos criativos, o problema de tempo. Dessa forma o «Urgente» e uma metáfora essencialmente para elevar o talento e a técnica. (…) É uma forma de nós também tentarmos inspirar o mercado e mandar uma mensagem clara a todos os setores deste mercado, que está no momento de voltarmos a olhar para as questões da diferenciação, acrescentar valor comercial àquilo que é um produto ou o que é uma marca”, explica Pedro Pires, Presidente do Clube de Criativos de Portugal, numa entrevista que pode ver no vídeo acima, e em que o responsável analisa o atual estado da indústria criativa nacional.

A provocação “Urgente é Poesia” esteve retratada nas exposições de ilustração (veja aqui a entrevista ao curador Jorge Silva), fotografia, tecnologia, música, arte, e vídeo e cinema (assista aqui à entrevista com o curador Rui Vieira), mas também nos workshops e nas conferências que trouxeram conhecidos oradores internacionais a Portugal para falar de alguns dos temas que estão a marcar a agenda das indústrias criativas. Entre eles esteve Fred Saldanha, diretor criativo da Isobar Brasil, vencedor de um leão em inovação no Festival de Cannes, com o projeto Fiat Live Store, que nos explicou como a criatividade pode potenciar hoje o uso da tecnologia.

Pela primeira vez na também chamada “Creative Jam”, a indústria foi convidada a analisar os trabalhos que vão estar em destaque no próximo Festival de Cannes. Um momento que simbolizou o início de uma nova parceria entre as duas principais estruturas ligadas à criatividade nacional, o CCP e a MOP – Multimedia Outdoors Portugal. “Há cada vez mais eventos, todos os meses, e as pessoas perdem-se muitas vezes, sem saber a quais é que devem ir. Portanto, há também aqui uma tentativa de simplificação do calendário criativo. Nós fazemos o evento pós-Cannes, que passamos a contar com o apoio do CCP, e o CCP faz este evento com o nosso apoio. Pretendemos que isto seja o embrião para que tenhamos cada vez mais um evento como o “Eurobest”, e que no fundo seja o grande evento de celebração da criatividade da indústria”, garante Vasco Perestrelo, Presidente-Executivo da MOP.

Quem se associou pelo terceiro ano consecutivo a esta iniciativa foi a Câmara Municipal de Lisboa, que está apostada em colocar as indústrias criativas no centro da estratégia económica da cidade. Uma ideia transmitida pela Vereadora do Pelouro da Economia, Graça Fonseca: “Acreditamos que esta área da criatividade, da economia criativa, é uma área com a qual Lisboa pode marcar a diferença face a outras capitais. (…) Quando nós falamos com quem está a começar a pintar, a fotografar ou a fazer publicidade, muitas vezes a grande dificuldade que se sente é arranjar forma de mostrar o trabalho. É importante que nos associemos a entidades, como o Clube de Criativos, para criar estas montras, estas semanas, onde as pessoas possam conhecer os trabalhos. E a partir daqui vão surgir novas ideias de certeza. É isso que queremos: que a cidade seja criativa, tenha ideias e fixe talentos”.

A Semana Criativa de Lisboa culminou com a já habitual revelação dos vencedores do XVII Festival do Clube de Criativos. Num evento que contou com mais de 600 trabalhos inscritos, e onde se voltou a promover a excelência criativa da comunicação comercial portuguesa, a MSTF Partners (eleita Agência do Ano) e a Leo Burnett Lisboa foram as agências que mais brilharam, ao arrecadarem o maior número de prémios. A nossa equipa de reportagem aproveitou para perceber junto das duas agências qual o segredo para o sucesso e quais os desafios vividos atualmente por quem, todos os dias, está a tentar responder positivamente à “urgência” do mercado, e a reinventar novas formas de “poesia”.

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Jornalista: Francisco Branco; Imagem: Patrique Almeida/Bruno Tibério/João Ricardo Pinto; Edição: Arnaldo Guedes

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